Economia

Tempo favorece safra de café do Brasil e também qualidade

Segundo boletim da Somar Meteorologia, perspectiva é que haja um grande percentual de grãos de boa qualidade nessa safra, diferentemente dos últimos dois anos


	Secagem de grãos de café em fazenda no Brasil: previsões indicam que o Brasil terá uma safra recorde para um ano de baixa do ciclo bianual do arábica
 (Leandro Moraes)

Secagem de grãos de café em fazenda no Brasil: previsões indicam que o Brasil terá uma safra recorde para um ano de baixa do ciclo bianual do arábica (Leandro Moraes)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 10h09.

São Paulo - O tempo durante todo o verão foi favorável ao desenvolvimento da nova safra de café do Brasil, com a colheita próxima de começar, e os modelos climáticos não indicam chuvas intermitentes nos meses de maio e junho, o que deve proporcionar boa qualidade dos grãos, afirmou a Somar Meteorologia em boletim nesta terça-feira.

"A perspectiva é de uma boa safra este ano, mesmo sendo esse um ano de bianualidade baixa", escreveu o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos.

"A perspectiva é que haja um grande percentual de grãos de boa qualidade nessa safra, diferentemente dos últimos dois anos." Chuvas em excesso durante o período de colheita podem afetar a qualidade do café, mas neste ano os modelos climáticos apontam menos riscos de danos, segundo a Somar.

As previsões, inclusive a da Ministério da Agricultura, indicam que o Brasil terá uma safra recorde para um ano de baixa do ciclo bianual do arábica --a safra de café brasileira costuma oscilar de um ano para o outro, mas nos últimos anos essa variação tem diminuído, com tratos culturais mais adequados, maior utilização de irrigação e novas técnicas de manejo, além de variedades mais produtivas.

A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento, em sua estimativa divulgada em janeiro, é de uma safra 2013/14 de 48,5 milhões de sacas de 60 kg. No último ano de baixa, a produção brasileira de café foi de 43,5 milhões de sacas.

Na safra passada, a de alta no ciclo bianual, o Brasil colheu 50,83 milhões de sacas, segundo a Conab. Entretanto, as chuvas afetaram a qualidade de boa parte da safra passada.


Os futuros do café arábica, variedade que responde por cerca de três quartos da produção do Brasil, têm sido pressionados na bolsa de Nova York, na expectativa da grande safra no Brasil.

Isso fez até o governo autorizar um prazo maior para cafeicultores pagarem seus financiamentos, com o objetivo de ajudar os produtores.

Recentemente, ressaltou a Somar, as chuvas ocorridas sobre boa parte das regiões produtoras de café do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo ajudaram a manter os solos com bons níveis de umidade e consequentemente manter as condições favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.

"Em várias lavouras de café do Paraná e da região sul de São Paulo já é possível observar grãos em fase inicial de maturação, e com isso essas chuvas e, principalmente, essa queda nas temperaturas noturnas irão proporcionar melhores condições para o desenvolvimento desses grãos", disse o agrometeorologista.

Mesmo aqueles grãos que ainda não estão na fase de maturação também estão sendo beneficiados por essa pequena queda nas temperaturas noturnas.

A Somar relatou ainda que em alguns cafezais há incidência maior de ataque de pragas, como bicho mineiro e broca. "Porém essas pragas não irão causar danos tão severos à produção, já que os produtores estão conseguindo controlá-las." Para os próximos dias são esperadas chuvas em boa parte das regiões cafeeiras do Sudeste, uma vez que áreas de instabilidades avançam sobre a região.

"Dessa forma, as condições se manterão favoráveis ao desenvolvimento tanto dos grãos quanto da planta", disse o especialista.

As temperaturas tendem a ficar mais baixas, o que também irá continuar favorecendo o desenvolvimento dos grãos e, principalmente, sua qualidade, acrescentou Santos.

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