Economia

Temer: se não tiver votos, Previdência ficará para fevereiro

Em almoço oferecido ao presidente da Macedônia, Temer confirmou que a discussão sobre o texto começará nesta quinta-feira, 14, na Câmara

Temer: o governo vai avaliar até segunda-feira, 18, se tem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar a proposta (REUTERS/Reuters)

Temer: o governo vai avaliar até segunda-feira, 18, se tem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar a proposta (REUTERS/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 15h55.

Brasília - O presidente Michel Temer admitiu que, se o governo não tiver os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras para se aposentar no Brasil ficará para fevereiro.

Em almoço oferecido ao presidente da Macedônia Gjorge Ivanov, Temer confirmou que a discussão sobre o texto começará nesta quinta-feira, 14, na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, o governo vai avaliar até segunda-feira, 18, se tem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar a proposta. Caso contrário, as discussões serão encerradas na Câmara e a votação ficará para fevereiro de 2018. "Em outro cenário", afirmou.

O presidente disse que, até segunda-feira, não haverá decisão se a PEC será votada no plenário. "A não ser que na quinta-feira tenha uma avalancha de votos", afirmou.

Ele afirmou que o texto não será votado sem a garantia de vitória. "Não se submete os deputados a esse constrangimento. Tendo os votos necessários, acredito ser possível."

"Entre quinta-feira e segunda ou terça se verifica: se tiver os 308, vai a voto agora. Caso contrário, se espera o retorno em fevereiro e marca-se a data em fevereiro", reforçou o presidente ao deixar o almoço no Palácio do Itamaraty.

Temer repetiu que o governo está "esclarecendo vários pontos" em relação à reforma, reforçou que haverá uma regra de transição para a idade mínima e numa tentativa de conquistar mais adeptos à proposta disse que "aqueles que ganham mais também não perdem".

O presidente exemplificou casos de funcionários públicos que ganham acima do teto do INSS que terão que optar por uma previdência complementar para pode se aposentar pela totalidade do benefício. "Se ele ganhar R$ 30 mil ele vai ter que pagar R$ 600 por mês para se aposentar na totalidade, isso já ocorre na União", afirmou.

Empresários

O presidente citou a reportagem desta terça-feira do jornal "O Estado de S. Paulo" que mostra que representantes do setor da construção estão indo a casas de parlamentares para angariar apoio à reforma como exemplo do apoio das entidades patronais às mudanças.

Temer afirmou que a reforma da previdência vai ajudar as contas dos Estados e municípios e ressaltou que "várias associações, dos mais diversos setores" estão apoiando a reforma e que ela tem que ser feita "já".

Com o intuito de mostrar o apoio dos empresários à proposta, o presidente resolveu transformar em um evento a reunião agendada para as 17h30 desta terça no Palácio do Planalto. A expectativa é que cerca de 150 empresários compareçam à reunião que, segundo fontes, tem como objetivo basicamente defender a reforma da Previdência.

Nesta terça cedo, Temer já participou de evento com empresários do agronegócio na CNA e fez uma cobrança por argumentos dos deputados que justifiquem um voto contrário a reforma.

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