Economia

Temer, Doria e Meirelles vão a Davos vender um "novo" Brasil

No dia 24 de janeiro, mesma data do julgamento de Lula no TRF4, Temer apresenta sua agenda para 2018 em defesa da necessidade de reformas

Davos: "Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018", indica Davos (Ruben Sprich/Reuters)

Davos: "Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018", indica Davos (Ruben Sprich/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 16h52.

Genebra - Com uma das maiores delegações dos últimos anos, o Brasil chega na semana que vem à cidade de Davos, na Suíça, na esperança de atrair investidores com o argumento de que existe uma retomada da economia.

Na programação, o Fórum Econômico Mundial colocou na agenda o debate: "Moldando a nova narrativa do Brasil."

No dia 24 de janeiro, mesma data do julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre (RS), o presidente Michel Temer apresenta sua agenda para 2018 em defesa da necessidade de reformas.

O debate contará ainda com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú Unibanco, e Paul Bulcke, CEO da Nestlé.

"Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018", indica Davos, em seu programa. "Quais são os principais conquistas atuais e qual visão têm líderes regionais e globais para o Brasil no futuro?", questiona a entidade. Davos destaca que, em março, o evento regional do Fórum será sediado em São Paulo, com o título: "A América Latina em um momento de virada."

Temer ainda terá a ocasião de falar para os empresários internacionais na manhã do dia 24, inclusive respondendo a perguntas. Cuidadosamente agendada, o debate ocorre pela manhã, antes do julgamento de Lula, no Brasil. Essa será a primeira vez em quatro anos que um chefe de Estado brasileiro falará em Davos para a elite econômica mundial.

No dia 24 de janeiro, Doria debaterá "as mudanças políticas" na América Latina, além de "reformas estruturais e como isso vem "remodelando o cenário regional".

O debate contará ainda com a presença do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, com o ministro de Comércio do Equador, Pablo Campana, e com uma representante da entidade Transparência Internacional, Delia Rubio.A agenda inclui as consequências das investigações anticorrupção, o impacto das seis eleições programadas para América Latina em 2018 e a integração regional.

No mesmo dia, Doria ainda fará parte de um segundo debate, sobre o impacto da internet. Ele fala ao lado do ministro de Comunicação saudita, Abdullah Alswaha, e da CEO da BSA, Victoria Espinel.

Pedro Parente, CEO da Petrobras, também marca a volta da empresa a Davos. A estatal, antes do escândalo da Lava Jato, chegou a financiar uma iniciativa do Fórum contra a corrupção. Parente falará sobre transição energética, mudanças climáticas e inovação.

A comitiva brasileira, uma das maiores em anos, ainda contará com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele falará sobre "os novos paradigmas de crescimento" nos países emergentes e sobre as reformas estruturais. O evento também conta com o ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, que pediu demissão em 3 de janeiro, Fernando Coelho (Minas e Energia) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Trump

Neste ano, o grande astro de Davos será o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agendado para falar no dia 25 de janeiro a empresários de todo o mundo. Ele desembarca com sete ministros e uma delegação de dezenas de pessoas. Sua presença, porém, vem causando polêmica e entidades suíças e mesmo políticos se organizam para pedir que o país não receba o presidente americano.

Os organizadores do evento da elite econômica mundial insistem que tem, como regra, convidar todos os chefes de governo dos países do G-20, independente de quem esteja no poder. Neste ano, além de Trump, Davos deve contar com Emmanuel Macron, da França, eNarendra Modi, da Índia. Para entidades suíças, no entanto, é a presença do americano que gera indignação. Ele será o primeiro chefe da Casa Branca desde 2000 a visitar Davos.

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