Economia

Temer ameaça ir à OMC contra guerra do aço de Trump

O presidente afirmou que o país é favorável a abertura plena do comércio e que as relações com os EUA devem ser tratadas com cuidado

Se não houver uma solução amigável, vamos formular uma representação à OMC, disse Temer (Paulo Whitaker/Reuters)

Se não houver uma solução amigável, vamos formular uma representação à OMC, disse Temer (Paulo Whitaker/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2018 às 14h04.

Última atualização em 14 de março de 2018 às 17h54.

São Paulo - O presidente do Brasil, Michel Temer, ressaltou nesta quarta-feira no Fórum Econômico Mundial para América Latina que é contra "o protecionismo" e antecipou que "em breve" ligará para o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, para conversar sobre a decisão de impor tarifas ao aço e ao alumínio.

"Somos contra todo e qualquer protecionismo. Somos a favor da abertura plena do comércio", afirmou o chefe de Estado brasileiro durante o plenário de abertura do Fórum Econômico, realizado em São Paulo.

Temer assegurou que a decisão de Trump de colocar tarifas às importações de aço de 25% e de 10% para as de alumínio "preocupa muito" o Brasil, mas alertou que é preciso tratar com "muito cuidado" esse assunto.

"Temos que tratar com muito cuidado as relações com os Estados Unidos. Nosso primeiro parceiro comercial é a China e depois os Estados Unidos", acrescentou.

O chefe de Estado apostou pelo diálogo com os Estados Unidos, embora tenha dito que não se houver uma "solução amigável" de maneira "rápida", o Brasil apelará aos mecanismos de resolução que existem no marco da Organização Mundial de Comércio (OMC).

"Se não houver uma solução amigável muito rápida, vamos formular uma representação à OMC, não unilateral, mas com todos os países prejudicados", ressaltou Temer, que apelou à "conclusão final" do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

O chanceler do Brasil, Aloysio Nunes, que também participou do plenário de abertura do fórum, afirmou que enviou uma carta ao secretário de comércio dos Estados Unidos para que o país sul-americano possa esclarecer que não prejudica a segurança nacional americana, um dos argumentos usados por Trump para impor as taxas.

"A primeira aposta é o diálogo. O Brasil é amigo dos Estados Unidos", sustentou Nunes.

As relações comerciais entre países será um dos assuntos abordados na XIII edição latino-americana do fórum, na qual hoje está prevista a participação do diretor-geral do OMC, Roberto Azevêdo.

O Fórum Econômico para América Latina reúne 750 líderes entre 13 e 15 de março a fim de buscar uma nova narrativa para a região, que neste ano enfrenta um intenso ciclo eleitoral.

Além de Temer e Nunes, no plenário de abertura do evento esteve presente Pelé, que recebeu o prêmio "Cidadão Global 2018" pelas mãos do presidente do Fórum Econômico mundial, Klaus Schwab.

Também participaram do encontro o governador de São Paulo e possível candidato presidencial, Geraldo Alckim, e o prefeito da cidade, João Doria.

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