Economia

Temer: Brasil vai fechar ano com crescimento de 2,5%, "se Deus quiser"

Na véspera, o ministro da Fazenda havia reafirmado que a projeção de expansão do PIB deste ano estava mantida em 2,5%

Michel Temer: presidente afirmou nesta terça-feira que o Brasil vai fechar o ano com crescimento de 2 a 2,5 por cento (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: presidente afirmou nesta terça-feira que o Brasil vai fechar o ano com crescimento de 2 a 2,5 por cento (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2018 às 10h17.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 11h22.

São Paulo - O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira que, "se Deus quiser", o Brasil vai fechar o ano com crescimento de 2 a 2,5 por cento, reconhecendo que o Produto Interno Bruto (PIB) pode ficar abaixo da previsão oficial da equipe econômica de 2,5 por cento.

"Nós vamos fechar o ano com mais crescimento econômico. Convenhamos, nós pegamos o país com o PIB de menos 3,6. Logo no primeiro ano, tivemos um positivo de 1,1 e neste ano, se Deus quiser, estaremos entre 2 e 2,5 por cento", disse Temer em discurso na abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2018, em São Paulo.

A declaração do presidente ocorre um dia após o mercado reduzir com força a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano, de 2,5 para 2,37 por cento na pesquisa Focus do Banco Central, em meio à paralisação de caminhoneiros que chegou ao nono dia nesta terça-feira.

Apesar da mudança na previsão do mercado, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, havia reafirmado que a projeção de expansão do PIB deste ano estava mantida em 2,5 por cento, mesmo com o impacto sobre a atividade econômica provocado pela greve, que gerou desabastecimento generalizado pelo país.

Em seu discurso a investidores brasileiros e estrangeiros em São Paulo, Temer fez breve referência à paralisação dos caminhoneiros, dizendo que o governo recorreu à "autoridade" para responder àqueles que rejeitam o diálogo e tentam paralisar o país.

O presidente anunciou no domingo uma série de medidas para atender às principais demandas dos caminhoneiros, incluindo a redução do óleo diesel, mas centenas de bloqueios permaneciam em estradas do país, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal na segunda-feira.

Na avaliação do governo, os bloqueios ainda permanecem ativos devido a "infiltrados políticos" e a um locaute de distribuidoras de combustíveis, uma vez que movimentos de caminhoneiros que deram início à paralisação disseram ter sido atendidos pelo governo e recomendaram o fim da greve.

Nesta terça-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que uma investigação ampla está em andamento para descobrir os movimentos políticos que estariam infiltrados na paralisação dos caminhoneiros com a tentativa de atingir o governo e a estabilidade do país. Além disso, desde a semana passada as tropas federais foram mobilizadas para desobstruir rodovias e escoltar cargas essenciais.

Temer ainda utilizou seu discurso no fórum com investidores para destacar as reformas econômicas realizadas pelo governo e comemorar a queda da inflação e dos juros. Sobre a reforma da Previdência, que não conseguiu aprovar, Temer disse que ninguém chegará ao fim deste ano ou do ano que vem sem realizá-la, e que será tema obrigatório nas eleições presidenciais de outubro.

Segundo Temer, os brasileiros vão cobrar dos candidatos que se comprometam com o equilíbrio fiscal, e não aceitam mais medidas populistas.

"Está mais do que provado que não há alternativa à responsabilidade. O povo sabe que é a responsabilidade que traz equilíbrio às contas, crescimento, empregos. Mais do que nunca, a hora é de acreditar no Brasil", afirmou.

Temer também voltou a dizer que Mercosul e União Europeia estão "na reta final" de fechar um acordo de comércio.

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