Economia

Temer anuncia liberação antecipada de R$15,9 bi do PIS/Pasep

Aproximadamente 9 milhões de pessoas devem ser beneficiadas; correntistas do Banco do Brasil e da Caixa terão os recursos creditados automaticamente

PIS/Pasep: serão liberados R$ 9 milhões (Uelder Ferreira/Thinkstock)

PIS/Pasep: serão liberados R$ 9 milhões (Uelder Ferreira/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 19h19.

Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 19h21.

Brasília - Em uma cerimônia feita de última hora para mostrar uma agenda positiva, o presidente Michel Temer anunciou pessoalmente a liberação de recursos do PIS/Pasep e a redução o teto da taxa de juros de empréstimos consignados para servidores e aposentados.

Temer fez um discurso exaltando os resultados da economia e não quis responder a questionamentos sobre política, como se achava que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia extrapolado ao afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Hoje quero fazer dois breves comunicados, celebrando medidas que trarão mais uma vez benefícios para milhões de brasileiros e brasileiras", disse o presidente no Salão Leste do Palácio do Planalto, ao lado do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e dos presidentes do Banco do Brasil, Paulo Cafferelli e da Caixa, Gilberto Occhi.

O presidente disse que seu governo está ajudando a movimentar economia e que trabalha com o propósito de construir um país mais moderno "com igualdade de oportunidades". "Temos trabalhado incansavelmente pela redução da inflação e queda dos juros", disse.

Temer afirmou que a liberação de recursos do PIS/Pasep tem o mesmo princípio da liberação de dinheiro das contas inativas do FGTS, que é permitir ao cidadão "acesso a um dinheiro que lhe pertence".

Segundo ele, com mais dinheiro as pessoas poderão investir em reformas, compras, ou "como bem entender". "É um reforço no seu orçamento", declarou.

Segundo o presidente, muita gente nem sabe ou esquece que tem o dinheiro do PIS/Pasep e que os saques serão feitos com "método e organização" e que os beneficiários precisam se informar para não perder a oportunidade de ter acesso ao recurso. "É mais um estímulo para retomada do crescimento e do emprego", afirmou.

Sem citar em nenhum momento a crise política, Temer disse que o Brasil "continuará nos trilhos do desenvolvimento". Ele lembrou a liberação das contas inativas do FGTS e disse que, com esse dinheiro e com o do PIS/Pasep, serão R$ 60 bilhões injetados na economia este ano.

"No caso do FGTS, foram meses e meses de filas de gente muito otimista na Caixa", disse Temer, que mesmo com índices baixos de popularidade, chegou a ir a uma agência para tirar fotos com beneficiários e tem na medida uma de suas bandeiras consideradas positivas.

Temer anunciou ainda a redução do teto dos juros para o crédito consignado e disse que segue "o firme compromisso de uma agenda de reformas".

"Esperamos que os recursos que liberamos possam ajudar a tornar realidade projetos de beneficiados", afirmou.

Como tem feito em todas as oportunidades, Temer destacou ainda que o Brasil registra criação de empregos há cinco meses consecutivos.

Bondade

O anúncio desta quinta é mais uma tentativa do governo de lançar agendas positivas em meio à tramitação da segunda denúncia contra o presidente na Câmara dos Deputados.

Ele foi feito após reunião entre Temer e os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, além do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Este foi o segundo evento promovido pelo governo relacionado à liberação de recursos do PIS/Pasep, medida semelhante ao saque de contas inativas do FGTS e que visa injetar recursos na economia.

Em agosto, ao assinar a medida provisória sobre o tema, o presidente já havia feito o anúncio da liberação dos recursos em cerimônia no Palácio do Planalto.

A medida libera os saques de contas do PIS/Pasep para homens com idade a partir de 65 anos e mulheres a partir de 62 anos. Antes, os recursos somente podiam ser sacados quando o cotista completasse 70 anos.

Os recursos têm como fonte depósitos feitos em nome dos trabalhadores pelos empregadores, em programa que durou até 1988.

Serão liberados R$ 15,9 bilhões. Aproximadamente 9 milhões de pessoas devem ser beneficiadas. Correntistas do Banco do Brasil e da Caixa terão os recursos creditados automaticamente. A transferência do dinheiro para outras instituições financeiras não terá custos.

Acompanhe tudo sobre:BB – Banco do BrasilCaixaDinheiroGoverno TemerMichel Temer

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE