Banco Central com ipê roxo na frente (Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 18 de maio de 2017 às 18h10.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 18h30.
São Paulo - Uma das acusações a Michel Temer antecipadas para a imprensa no âmbito da conversa gravada com Joesley Batista, um dos controladores da JBS, não foi confirmada pela divulgação do áudio.
Informações vazadas afirmavam que o presidente teria antecipado a Joesley que o Copom cortaria a Selic, taxa básica de juros da economia, em um ponto percentual.
A informação foi publicada na manhã da quinta-feira pelo site O Antagonista e confirmada pela Folha de São Paulo.
O Antagonista chegou a afirmar que para a Procuradoria, esse foi um dos mais graves crimes do presidente.
A conversa foi no dia 7 de março e o Copom só iria se reunir mais de um mês depois, nos dias 11 e 12 de abril, quando foi efetivado o corte de 1 p.p. de 12,25% para 11,25%.
A posse de informação privilegiada dessa natureza permitiria a obtenção de vantagens financeiras com o mercado de juros futuros.
Mas o áudio divulgado indica um comentário casual de uma expectativa que na época tinha ampla circulação no mercado, não a transmissão de uma informação privilegiada.
Já havia uma dúvida de como os cortes poderiam ser cravados definitivamente com tanta antecedência, já que o objetivo das reuniões periódicas do Copom é de avaliar as mudanças no cenário doméstico e internacional.
O Banco Central afirmou que “as decisões do Copom são tomadas apenas durante as suas reuniões e são divulgadas imediatamente após seu término por meio de Comunicado no sítio do Banco Central da internet”.
O comunicado enviado a jornalistas diz que “não existe a possibilidade de antecipação da decisão a qualquer agente, público ou privado” e que “sinalizações sobre possíveis futuras decisões são emitidas nos documentos oficiais do Banco Central”.
Matéria atualizada com as informações disponíveis após a divulgação do áudio