Tebet: a ministra afirmou que a diferença entre o país de um ano atrás, antes das eleições presidenciais e durante o governo de Jair Bolsonaro, e o de hoje é "gritante" (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 12 de junho de 2023 às 14h13.
Última atualização em 12 de junho de 2023 às 14h22.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira, 12, que as ações do governo federal no âmbito fiscal, como o novo arcabouço que limita o crescimento das despesas públicas, estão dando elementos para que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalize agora uma redução da taxa Selic a partir de agosto. Ela afirmou que o País vive hoje um cenário de estabilidade política que também permite o corte dos juros.
"O governo está dando elementos para que o Banco Central, o Copom, mostre uma tendência de redução da taxa de juro a partir de agosto", disse Tebet ao deixar a reunião do reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) realizada nesta segunda na sede da Febraban, em São Paulo.
A ministra afirmou que a diferença entre o País de um ano atrás, antes das eleições presidenciais e durante o governo de Jair Bolsonaro, e o de hoje é "gritante". "A instabilidade política impactou a alta de juros, a bolsa, o dólar", disse. "Hoje, temos estabilidade política."
Tebet afirmou ainda que o desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano foi "raro", com crescimento simultâneo a um cenário de queda da inflação. Ela voltou a dizer que o desempenho do PIB entre janeiro e março permite prever um crescimento da economia brasileira na casa dos 2% neste ano.
Tebet disse que acredita que a reforma tributária será aprovada ainda neste ano. De acordo com ela, a mudança no sistema tributário com o estabelecimento do chamado imposto sobre valor agregado (IVA) em substituição a alguns tributos federais, estaduais e municipais é a "bala de prata" para que o Brasil cresça mais fortemente.
"Eu entendo que a reforma tributária tem condições de ser aprovada até 31 de dezembro deste ano", comentou ela.
A ministra disse que a projeção do governo é de que a reforma seja aprovada pela Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre, e que depois, o Senado analise o texto ao longo da segunda metade do ano.
Ela afirmou que as discussões já feitas no Senado a respeito dos textos que serão analisados na Câmara devem acelerar este processo. "O Senado Federal já conhece grande parte da reforma que vai ser discutida na Câmara dos Deputados, o que significa que vai facilitar também sua tramitação."
Tebet afirmou que a reforma pode fazer com que o Brasil cresça acima de 1%, na média anual, pela primeira vez em 30 anos, ao simplificar o sistema tributário e evitar a cobrança cumulativa de impostos sobre cadeias econômicas como as do setor de serviços. "O que eu posso dizer é que a reforma tributária é a única bala de prata que nós temos", comentou, ressaltando que o arcabouço fiscal, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado, é fundamental para equilibrar as contas públicas, mas que a reforma tributária terá maior efeito sobre o crescimento no longo prazo.