Energia elétrica: renovação dos contratos abre caminho para que o governo siga adiante com o plano de vender a Celg (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2015 às 17h54.
Brasília - O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira a revogação de uma medida cautelar que impedia o Ministério de Minas e Energia de renovar, sem licitação, os contratos de concessão de 39 distribuidoras de energia elétrica que vencem entre 2015 e 2017.
O ministro José Múcio, relator do processo no tribunal, havia proposto a cautelar, aprovada pelo TCU anteriormente, para pedir ao governo mais explicações para a dispensa de licitação.
Ele voltou atrás, no entanto, devido a argumentos do governo de que seria difícil leiloar as concessões no atual momento da economia brasileira.
Segundo Múcio, é pertinente o receio de que haja fuga de capital do setor elétrico e ausência de competição no caso da realização das licitações "nesse ambiente desfavorável do ponto de vista de liquidez".
Ele também lembrou da provável dificuldade para o governo eventualmente fazer frente, na atual conjuntura econômica, às indenizações que deveriam ser pagas às distribuidoras por investimentos ainda não amortizados.
A aprovação da renovação dos contratos, que seguiu voto do relator, José Múcio, contrariou parecer da área técnica do TCU, que opinou pela licitação das concessões.
O voto de Múcio foi acompanhado pelo plenário, com apenas o ministro André Luis de Carvalho posicionando-se a favor da exigência de licitação.
Entre as empresas cuja concessão estava em jogo aparecem distribuidoras com contrato vencido desde julho deste ano, como Celg, Ceal e Ceron, do Grupo Eletrobras, além das distribuidoras da Copel e Celesc e da mineira Cemig, com concessão a vencer em fevereiro de 2016.
A renovação dos contratos abre caminho para que o governo siga adiante com o plano de vender a Celg, hoje controlada pela Eletrobras.
O processo para colocar a distribuidora no mercado chegou a ser iniciado, com o Conselho Nacional de Desestatização tendo autorizado a contratação da International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, para estruturar a venda, mas a transação estava parada à espera de uma definição sobre a continuidade da concessão.