Economia

TCU aponta falhas na política de geração de empregos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador

Auditoria calcula que apenas 29% das vagas disponibilizadas no Sine foram preenchidas em quatro anos

TCU: órgão recomenda que o MTE se articule com a Casa Civil e outros órgãos para elaborar uma lei que regule os uso dos recursos do Pis/Pasep (RafaPress/Getty Images)

TCU: órgão recomenda que o MTE se articule com a Casa Civil e outros órgãos para elaborar uma lei que regule os uso dos recursos do Pis/Pasep (RafaPress/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 20 de março de 2025 às 11h35.

Última atualização em 20 de março de 2025 às 11h55.

Tudo sobreTCU
Saiba mais

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas na gestão da política de geração de emprego do governo, financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e determinou aos Ministério do Trabalho (MTE) tomar medidas para melhorar a qualificação e a intermediação de trabalhadores.

Relatório da auditoria da Corte, julgado na quarta-feira, 19, destacou que, dos 5,5 milhões de vagas oferecidas pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine), entre 2020 e 2023, apenas 29% foram preenchidas, ou 1,58 milhão — menos de 2% total de pessoas empregadas no país.

Além de custear as despesas com seguro desemprego e abono salarial, o FAT investe na qualificação e intermediação de trabalhadores. Abastecido com as contribuições PIS/Pasep, o Fundo repassa 28% da sua verba para o BNDES a fim de financiar programas de geração e emprego e renda.

Mas, segundo o TCU, faltam mecanismos de controle para verificar se efetivamente a contribuição dos programas beneficiados para a geração de emprego de qualidade é aderente às necessidades do mercado.

Procurado, o ministério não se manifestou.

A Corte determinou que o MTE atue de forma articulada e sistematizada com os bancos públicos, que repassam os recursos, para identificar se as demandas de capacitação e postos de trabalho estão sendo atendidos adequadamente.

"Foram constatadas fragilidades da prestação de serviços de intermediação e baixa equidade no repasse de recursos para a manutenção dos Sines", diz o relatório da auditoria. "Falta de compatibilidade entre os candidatos encaminhados e as vagas ofertadas, qualificação inadequada e falta de experiência profissional de candidatos encaminhados".

De acordo com o relatório, a distribuição de recursos para a rede dos Sines é concentrada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. "Não contempla plenamente as necessidades locais, nem o real contingente de pessoas empregadas", diz o documento.

Em 2023, o FAT repassou ao BNDES R$ 22 bilhões para financiar projetos de geração de emprego e renda. As atividades de qualificação receberam R$ 60 milhões e, de intermediação, R$ 33 milhões.

Segundo o relatório, os mecanismos de avaliação "não evidenciam resultados dos financiamentos de atividades produtivas concedidos pelo BNDES compatíveis com os objetivos e com os recursos aplicados".

O TCU recomenda que o MTE se articule com a Casa Civil e outros órgãos para elaborar uma lei que regule os uso dos recursos do Pis/Pasep, assegurando a sustentabilidade do FAT e o custeio dos programas do seguro desemprego e abono. O Ministério também deve fazer avaliações trimestrais dos objetivos, ações e projetos estratégicos.

De acordo com a auditoria, o Conselho Deliberativo do FAT (Codefat) não dispõe de mecanismos para monitorar e avaliar a governança do Fundo.

Acompanhe tudo sobre:TCU

Mais de Economia

Haddad diz a Moody's que meta fiscal será cumprida pelo 2º ano consecutivo em 2025

União vai garantir ressarcimento a vítimas de fraudes no INSS se necessário, afirma Tebet

Banco Central autoriza que financeiras emitam letras de crédito imobiliário (LCI)

Trump chama presidente do Fed de 'tolo' após anúncio de manutenção da taxa de juros