"(Junho) foi o último mês em que houve pressões das commodities", disse o superintendente adjunto de Inflação do Ibre, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros (REUTERS/Enrique Marcarian)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 14h36.
São Paulo - A taxa de 0,75% do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de junho, ante 0,66% em maio, é a maior desde setembro, quando a variação fora de 0,97%, afirmou nesta quinta-feira o superintendente adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
"Foi o último mês em que houve pressões das commodities", disse, ao se referir ao avanço dos preços das matérias-primas em 2012, em razão das perdas da safra de grãos dos Estados Unidos.
Quadros disse que a alta recente do dólar teve efeito por enquanto residual no IGP-M de junho. "O câmbio está chegando ao IGP-M pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), mas boa parte da alta (índice cheio) veio da soja (de 3,11% para 11,38%). Há casos pontuais, mas ainda não têm uma representatividade numérica muito grande", afirmou.
Isso porque, disse, o aumento nos preços da soja estaria mais associado a uma eventual perspectiva que se criou - ainda que momentaneamente - em relação à safra de grãos deste ano nos EUA. Ele, contudo, declarou que o mercado futuro já indica que a colheita poderá ser boa, pois os preços dos grãos desaceleram.
A expectativa de Quadros é de que os preços diminuam o ritmo de alta no âmbito do IGP-M e permitam taxa menor em julho. O superintendente adjunto de Inflação do Ibre, contudo, não divulgou a projeção para o índice de julho. "Mesmo que tenha um pouco mais de câmbio, não deve se comparar ao efeito (da alta) da soja", estimou.