Economia

Desemprego em Salvador é o menor da série

São Paulo - O bom desempenho da economia brasileira tem feito com que a taxa de desemprego atinja níveis historicamente baixos para a maioria das regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), com destaque para as capitais nordestinas. Em junho, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - O bom desempenho da economia brasileira tem feito com que a taxa de desemprego atinja níveis historicamente baixos para a maioria das regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), com destaque para as capitais nordestinas.

Em junho, a taxa de desemprego de Salvador foi de 16,7%, a mais baixa para a capital baiana em toda a série histórica, iniciada em 1998. Recife registrou a segunda menor taxa de toda a série da pesquisa, com 17,6%. Fortaleza, com uma série mais recente, iniciada em 2009, teve a quinta taxa de desemprego bem mais baixa de sua história, de 10,6%.

Em Salvador, todos os setores tiveram crescimento do emprego: indústria, com alta de 3,2%, comércio, com 4,6%, serviços, com 3,1%, e construção civil, com 0,9%. Em Recife, o destaque foi a construção civil, cujo nível de ocupação cresceu 4,6%.

Em Fortaleza, a ocupação teve elevação de 0,8%, puxada principalmente pela indústria, com alta de 6,8%, e comércio, com 3,3%. "A queda do desemprego em junho é um comportamento esperado para esta época do ano, mas é inegável que em praticamente todas as regiões estamos com algumas das menores taxas da história. Salvador teve a situação mais favorável entre todas, com crescimento em todos os setores", disse o economista do Dieese, Sergio Mendonça.

Segundo o coordenador da Fundação Seade, Alexandre Loloian, Salvador tem sido beneficiada pelos recentes investimentos da indústria de petróleo e pelo setor automotivo que provocam impacto na taxa de desemprego. "Os investimentos em refinaria e em montadoras encadeiam investimentos em outros setores e proporcionam melhores condições de vida para a população local", disse. "O rendimento em Salvador historicamente sempre foi muito baixo, e hoje já está em R$ 1,1 mil", destacou.

Loloian explica que Recife também tem sido beneficiado por investimentos públicos, como uma refinaria e o Porto de Sauipe, com impacto em outros setores e na criação de empregos na capital. Na região de Caruaru, no interior de Pernambuco, o desvio do Rio São Francisco tem movimentado o mercado de trabalho, principalmente na construção civil, que já dá sinais de acomodação em outras regiões. "Temos também uma indústria de confecção poderosa na região, que surpreende que está acostumado com a imagem de uma região pobre e abandonada."

Apesar dos dados positivos no desemprego, Recife e Salvador possuem taxas de desemprego historicamente bem mais altas que outras capitais brasileiras. Em Fortaleza, por outro lado, que entrou recentemente na pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, as taxas de desemprego são mais próximas da média nacional. "Grande parte da população é autônoma em Fortaleza e o setor privado, ainda pouco estruturado, emprega muitos trabalhadores sem carteira. A participação da indústria calçadista e de confecções também é importante na região, e os investimentos públicos também estão em ascensão", disse Loloian.

De acordo com Mendonça, os sinais de desaceleração econômica ainda não tiveram impacto no mercado de trabalho da região nem do País. Porto Alegre, Distrito Federal e Belo Horizonte também registraram a segunda taxa de desemprego mais baixa da série, iniciada em 1998, respectivamente de 9,5%, 14% e 8,5%. "O mercado de trabalho reage mais tarde que os demais indicadores. A desaceleração econômica é clara, mas por enquanto não preocupa. O que está dado é que tivemos um primeiro semestre muito bom em termos de emprego. "

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