Taxa de desemprego: números caíram em fevereiro (RafaPress/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 28 de março de 2025 às 09h03.
Última atualização em 28 de março de 2025 às 09h47.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro de 2025 subiu para 6,8%, alta 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2024 (6,1%) e queda de 1,1 p.p. ante o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2024, quando a taxa foi de 7,8%.
Esta é a terceira variação positiva em sequência, após o menor nível de desocupação da série histórica registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%) de 2024.
Apesar da alta, a taxa repetiu o seu valor mais baixo entre os trimestres encerrados em fevereiro (6,8%), que havia ocorrido em 2014. O rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série (R$ 3.378), assim como o número de trabalhadores com carteira assinada.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mercado financeiro projetava uma taxa de 6,8%.
A população desocupada cresceu 10,4% frente ao trimestre anterior, chegando a 7,5 milhões de pessoas. Esse contingente, no entanto, está 12,5% menor que o registrado no mesmo trimestre de 2024.
A população ocupada do país recuou 1,2% frente ao trimestre anterior e chegou a 102,7 milhões de trabalhadores. Esse contingente continua 2,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o resultado de fevereiro é explicado por questões sazonais.
"Esta alta segue o padrão sazonal da PNAD contínua com a tendência de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano”, disse.
A queda foi puxada pelo recuo da ocupação na construção, administração pública e serviços domésticos. A construção recuou 4,0%, com menos 310 mil pessoas ocupadas [/grifar], enquanto o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais caiu 2,5%, o equivalente a menos 468 mil trabalhadores.
Os serviços domésticos também apresentaram forte queda, com retração de 4,8%, o que representa menos 290 mil pessoas ocupadas no trimestre.
Nenhum dos grupamentos de atividade analisados apresentou crescimento na ocupação no comparativo com o trimestre anterior.
Segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores alcançou R$ 3.378 no trimestre móvel encerrado em fevereiro. O valor representa alta de 1,3% frente ao trimestre anterior e de 3,6% em relação ao mesmo período de 2023, já descontada a inflação [/grifar]. É o maior rendimento registrado desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012.
A alta trimestral foi puxada por aumentos no rendimento médio na indústria, com alta de 2,8% (R$ 89 a mais), na administração pública e serviços sociais, com 3,1% (acréscimo de R$ 139), e nos serviços domésticos, que subiram 2,3% (mais R$ 29).
Segundo o IBGE, a melhora no rendimento está relacionada à redução da informalidade em certos setores da economia , o que aumentou a proporção de empregos formais, que oferecem salários maiores.
Na comparação anual, houve aumento de rendimento na construção, com 5,4% (R$ 135 a mais), e novamente nos serviços domésticos, com alta de 3,1% (R$ 39 a mais). Os demais setores ficaram estáveis.
A massa de rendimento real habitual atingiu R$ 342 bilhões, novo recorde da série, com alta de 6,2% no ano e estabilidade frente ao trimestre anterior .