Economia

Taxa de desemprego tem menor nível em quase 10 anos nos EUA

Depois de meses de criação de novos empregos de maneira estável, a maior economia do mundo somou apenas 98 mil novos postos

Desemprego: os analistas esperavam que a taxa de desemprego continuasse estável em 4,7% (Tim Boyle/Bloomberg)

Desemprego: os analistas esperavam que a taxa de desemprego continuasse estável em 4,7% (Tim Boyle/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 7 de abril de 2017 às 13h22.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 14h28.

A taxa de desemprego dos Estados Unidos caiu a 4,5% em março, o menor nível em quase 10 anos, mas a criação de vagas de trabalho retrocedeu inesperadamente, segundo cifras do governo de Donald Trump publicadas nesta sexta-feira.

Depois de meses de criação de novos empregos de maneira estável, a maior economia do mundo somou apenas 98.000 novos postos, segundo o departamento do Trabalho.

Os analistas esperavam que a taxa de desemprego continuasse estável em 4,7%, e que haveria uma criação de 180.000 postos de trabalho.

Com o resultado de março, a média mensal de criação de empregos no primeiro trimestre do ano caiu a 178.000.

O clima mais frio em março e a entrada de novos trabalhadores ao mercado podem explicar o contraste entre a forte queda do desemprego -que afeta 7,2 milhões de pessoas- e a taxa de novas contratações.

Se requer a criação de aproximadamente 100.000 novos trabalhos ao mês para que a taxa de desemprego não aumente, considerando a evolução da população.

O decepcionante número de empregos criados se deve "em primeiro lugar às condições climáticas", estimou o economista Paul Asworth, da Capital Economics. "Depois do clima excepcionalmente moderado em janeiro e fevereiro, que impulsionou uma criação de emprego além do patamar dos 200.000, terminamos pagando em março, quando as temperaturas se normalizaram para a estação", explicou.

Efeito na inflação

A taxa de desemprego chega antes do previsto a 4,5%, que era a previsão do Federal Reserve (Fed) para 2017 e que corresponde quase ao pleno emprego, ou seja a taxa de desemprego "friccional", que inclui os que estão desocupados entre um emprego e outro, sem reaquecer os salários.

"Para o Fed, a taxa de desemprego é o maior árbitro da estreiteza do mercado de trabalho e a perspectiva de que continue caindo até 4% pode provocar um pouco de preocupação", estimou Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics. Uma queda da taxa de desemprego pode provocar uma aceleração da inflação através de aumentos salariais necessários. Isso levaria o Fed a elevar em breve sua taxa de juros para conter a aceleração da inflação.

A criação líquida de empregos se manteve em março na mineração (+11.000 postos pelo segundo mês consecutivo), um setor, sobretudo o do carvão, favorecido pelas medidas do governo de Donald Trump.

O setor de serviços continuou sendo o mais dinâmico, mas criou em média menos novos empregos (61.000) que no mês anterior.

O comércio varejista cortou empregos (-30.000 nos últimos dois meses) e a indústria criou 28.000 novos postos de trabalho, contra 96.000 em fevereiro.

Cinco milhões e seiscentas mil pessoas ainda trabalham em tempo parcial.

A taxa de participação no emprego, que conta as pessoas que trabalham ou que buscam ativamente trabalho, se manteve em 63%, a cifra mais alta desde março de 2014.

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