De acordo com o IBGE, o aumento da taxa de desocupação foi impulsionado pelo crescimento de 13,1% no número de pessoas em busca de trabalho, o que corresponde a um acréscimo de 891 mil indivíduos. Apesar dessa alta, a população desocupada segue 10,5% abaixo do total registrado no mesmo trimestre de 2024.
A redução da população ocupada também contribuiu para o aumento da taxa de desocupação. Esse contingente diminuiu em 1,3 milhão de pessoas (-1,3%) na comparação trimestral, embora ainda se mantenha 2,3% acima do número de trabalhadores registrados no primeiro trimestre de 2024, o que representa um acréscimo de 2,3 milhões.
“Ainda que o crescimento sazonal da desocupação tenha impactado o mercado de trabalho, o bom desempenho nos últimos trimestres não foi comprometido. Mesmo com a expansão trimestral, a taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2025 é inferior à das mesmas épocas nos anos anteriores”, ressalta a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.
O IBGE afirma que embora a população ocupada tenha diminuído, o número de trabalhadores com carteira assinada permaneceu estável em relação ao trimestre encerrado em dezembro, mantendo-se em 39,4 milhões.
Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado, que é de 13,5 milhões, caiu 5,3% (uma redução de 751 mil pessoas) na comparação com o último trimestre de 2024.
“A queda na ocupação no primeiro trimestre foi principalmente no emprego sem carteira nos setores de Construção, Serviços Domésticos e Educação”, afirma Beringuy.
Rendimento médio do trabalho renova recorde da série histórica
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados alcançou R$ 3.410, um novo recorde desde o início da série histórica em 2012. Esse valor representa um aumento de 1,2% no trimestre e de 4,0% na comparação anual. Entre os setores analisados, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2024 mostra crescimento no rendimento da Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura (4,1%, ou mais R$ 85) e da Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais (3,2%, ou mais R$ 145), enquanto os demais setores não apresentaram variações significativas.
Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o rendimento aumentou na Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura (5,5%, ou mais R$ 111), Construção (5,7%, ou mais R$ 141), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,1%, ou mais R$ 189), Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais (4,1%, ou mais R$ 189) e Serviços Domésticos (3,6%, ou mais R$ 45). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas.