Economia

Taxa de desemprego no Brasil sobe para 7% em março, quarta alta consecutiva

O resultado veio em linha com a expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 7%. Apesar da alta na comparação trimestral, o IBGE afirma que esta foi a menor taxa de desocupação para março da história

Desemprego: taxa subiu, mas ainda é a menor para o trimestre em 13 anos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Desemprego: taxa subiu, mas ainda é a menor para o trimestre em 13 anos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de abril de 2025 às 09h02.

Última atualização em 30 de abril de 2025 às 09h17.

taxa de desemprego no trimestre encerrado em março de 2025 subiu para 7%, alta 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de encerrado em dezembro de 2024 (6,2%) e queda de 0,9 p.p. ante o trimestre móvel encerrado em março de 2024, quando a taxa foi de 7,9%. 

Esta é a quarta alta consecutiva, após o menor nível de desocupação da série histórica registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%) de 2024.

Apesar da alta na comparação trimestral, o IBGE afirma que esta foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em março em toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. O posto era ocupado anteriormente pelo trimestre encerrado em março de 2014, quando o desemprego ficou em 7,2%. 

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio em linha com a expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 7%.

Por que o desemprego subiu o Brasil em março?

De acordo com o IBGE, o aumento da taxa de desocupação foi impulsionado pelo crescimento de 13,1% no número de pessoas em busca de trabalho, o que corresponde a um acréscimo de 891 mil indivíduos. Apesar dessa alta, a população desocupada segue 10,5% abaixo do total registrado no mesmo trimestre de 2024.

A redução da população ocupada também contribuiu para o aumento da taxa de desocupação. Esse contingente diminuiu em 1,3 milhão de pessoas (-1,3%) na comparação trimestral, embora ainda se mantenha 2,3% acima do número de trabalhadores registrados no primeiro trimestre de 2024, o que representa um acréscimo de 2,3 milhões.

“Ainda que o crescimento sazonal da desocupação tenha impactado o mercado de trabalho, o bom desempenho nos últimos trimestres não foi comprometido. Mesmo com a expansão trimestral, a taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2025 é inferior à das mesmas épocas nos anos anteriores”, ressalta a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

O IBGE afirma que embora a população ocupada tenha diminuído, o número de trabalhadores com carteira assinada permaneceu estável em relação ao trimestre encerrado em dezembro, mantendo-se em 39,4 milhões.

Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado, que é de 13,5 milhões, caiu 5,3% (uma redução de 751 mil pessoas) na comparação com o último trimestre de 2024.

“A queda na ocupação no primeiro trimestre foi principalmente no emprego sem carteira nos setores de Construção, Serviços Domésticos e Educação”, afirma Beringuy.

Rendimento médio do trabalho renova recorde da série histórica

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados alcançou R$ 3.410, um novo recorde desde o início da série histórica em 2012. Esse valor representa um aumento de 1,2% no trimestre e de 4,0% na comparação anual. Entre os setores analisados, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2024 mostra crescimento no rendimento da Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura (4,1%, ou mais R$ 85) e da Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais (3,2%, ou mais R$ 145), enquanto os demais setores não apresentaram variações significativas.

Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o rendimento aumentou na Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura (5,5%, ou mais R$ 111), Construção (5,7%, ou mais R$ 141), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,1%, ou mais R$ 189), Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais (4,1%, ou mais R$ 189) e Serviços Domésticos (3,6%, ou mais R$ 45). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas.

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