Economia

Taxa de desemprego no Brasil atinge 9%, diz Pnad

O resultado ficou em linha com expectativa


	Carteira de Trabalho: no trimestre até outubro, a taxa já havia ficado em 9 por cento
 (Daniela de Lamare)

Carteira de Trabalho: no trimestre até outubro, a taxa já havia ficado em 9 por cento (Daniela de Lamare)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 09h48.

O País registrou em novembro do ano passado o maior número de desempregados da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada no primeiro trimestre de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No trimestre encerrado em novembro do ano passado, a pesquisa contabilizou 9,126 milhões de desocupados, um aumento de 41,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado equivale a 2,676 milhões de pessoas a mais na fila do desemprego.

Como consequência, a taxa de desemprego se manteve no pior patamar da série no trimestre até novembro de 2015, aos 9,0%. Embora tenha repetido o resultado do trimestre encerrado em outubro, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, ressalta que foi a pior taxa da série.

"Foi o pior resultado da série porque a expectativa era que fosse muito menor, porque a taxa de desocupação já devia estar cedendo com a aproximação do fim do ano", explicou Azeredo.

Num período em que o mercado de trabalho costuma registrar aumento sazonal no número de vagas, por conta das contratações de trabalhadores temporários para atender à elevação na demanda do fim do ano, a população ocupada na verdade diminuiu.

A queda no total de empregados foi de 0,6% no trimestre até novembro de 2015 ante igual período de 2014, o equivalente a 533 mil postos de trabalhos extintos. A inatividade também encolheu, 0,3% no período, o que significa que 201 mil pessoas que estavam fora da força de trabalho voltaram a pressionar o mercado.

Massa de salário

A massa de salários em circulação no País está menor, segundo os dados da Pnad Contínua. O fenômeno é explicado tanto pela redução na renda média do trabalhador quanto pela dispensa de funcionários.

Embora o IBGE considere que a massa de renda real dos trabalhadores tenha ficado estatisticamente estável, o montante encolheu de R$ 172,780 bilhões no trimestre encerrado em novembro de 2014 para R$ 169,896 bilhões no trimestre encerrado em novembro de 2015, o equivalente a uma redução de 1,7%.

"A massa de rendimentos é menor circulando no mercado em relação ao ano passado", confirmou Cimar Azeredo. "Tem uma menor massa de salários circulando no mercado, provocada pela queda no rendimento e menos pessoas ocupadas. Esse é o destaque da pesquisa", completou.

A renda média do trabalhador teve redução de 1,3% no trimestre encerrado em novembro de 2015 em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já o total de trabalhadores ocupados diminuiu 0,6% no período, o equivalente à extinção de 533 mil vagas.

Texto atualizado às 10h47.

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