Economia

Taxa de desemprego no Brasil cai para 5,6% em julho e chega ao menor nível da história

O resultado veio levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 5,7%

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 09h03.

Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 14h15.

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2025 caiu para 5,6%, queda de 1 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de encerrado em abril de 2025 (6,6%) e queda de 1,2 p.p. ante o trimestre móvel encerrado em julho de 2024, quando a taxa foi de 6,9%.

Essa é a menor taxa já registrada pela pesquisa, iniciada em 2012. No mês anterior, o levantamento também havia registrado recorte, renovado em julho.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta terça-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 5,7%.

Por que o desemprego caiu ao menor nível da história?

Segundo dados do IBGE, a população desocupada caiu para 6,118 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,100 milhões).

A população ocupada, ou seja, o total de trabalhadores do país, bateu novo recorde, chegando a 102,4 milhões. 

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) manteve o percentual recorde: 58,8%.

Além disso, o número de empregados com carteira assinada também foi recorde, chegando a 39,1 milhões.

“Esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”, afirmou William Kratochwill, analista do IBGE. 

Outro número que explica o resultado é a queda de 11% no número da população desalentada, que caiu para 2,7 milhões no trimestre e reduzindo 15,0% (menos 475 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados caiu 0,3 p.p. no trimestre e recuou 0,4 p.p. no ano, chegando a 2,4%.

A população fora da força de trabalho ficou em 65,6 milhões, mostrando estabilidade nas duas comparações.

“Esses indicadores demonstram que as pessoas que deixaram a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho, o que é corroborado pelo recorde na ocupação”, disse. 

Agropecuária, Informação e Administração pública puxam alta da ocupação no trimestre

A alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior foi puxada por três dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,7%, ou mais 206 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,0%, ou mais 260 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,8%, ou mais 522 mil pessoas).

Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação aumentou em cinco grupamentos: Indústria Geral (4,6%, ou mais 580 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,1%, ou mais 398 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (6,5%, ou mais 360 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,8%, ou mais 480 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,7%, ou mais 677 mil pessoas).

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