Economia

Taxa de câmbio melhora competitividade, mas ainda está alta, diz secretário

Setores têxtil, de móveis, peças e indústria naval já discutiram a desoneração da folha de pagamento com o governo

“Nesse patamar, o câmbio está bem apreciado, se depreciar não preocupa”, disse o secretário do Ministério da Fazenda (Antonio Cruz/ABr)

“Nesse patamar, o câmbio está bem apreciado, se depreciar não preocupa”, disse o secretário do Ministério da Fazenda (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2012 às 12h18.

São Paulo – A atual taxa de câmbio, por volta de 1,80 reflete as ações do governo recentes e o cenário internacional, segundo o secretário executivo do ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. “Ela diminui a perda de competitividade da indústria brasileira, mas ainda é uma taxa apreciada. O governo toma medidas para evitar uma apreciação adicional”, afirmou.

Já foram tomadas medidas cambiais e estão sendo consideradas medidas tributárias, como a desoneração da folha de pagamento. Alguns setores já discutiram o assunto com o governo. “A desoneração da folha de pagamento para uma empresa 100% exportadora funciona como se tivesse uma taxa de câmbio mais favorável”, disse Barbosa. Entre os setores que já conversaram com o governo estão têxtil, móveis, peças e indústria naval.

A volatilidade também preocupa o governo e parte dessa volatilidade reflete os preços das commodities. “Se os preços de commodities tenderem a se estabilizar em um novo patamar, tira essa fonte de volatilidade”, disse. 

Uma possível depreciação do real também não preocupa o secretário. “Nesse patamar, o câmbio está bem apreciado, se depreciar não preocupa”, disse. A expectativa de inflação para o ano é que ela fique abaixo de 5%, segundo o secretário. 

Alíquota ICMS

Sobre a resolução 72, que propõe unificar a alíquota de ICMS interestadual cobrada em produtos e bens importados, Barbosa afirmou que os governadores concordaram no mérito, mas há uma discussão sobre a forma, se será para todos produtos, e quando. “Mantemos 4% como nosso índice de referência, é onde podemos chegar”, afirmou. A expectativa é que a medida seja votada na próxima semana. Para Barbosa, a medida é urgente e constitucional.O consumidor pagaria a mesma alíquota, segundo o secretário. 

Spread

Há uma agenda de redução de spread, segundo Barbosa. Há também medidas de tornar menos difícil a renegociação de dívida, por exemplo. Essa demanda já foi feita pelo Ministério para algumas dívidas em 2010, para crédito agrícola e dívida pessoa física até 30.000 reais. Agora há uma solicitação para estender isso. "Estamos analisando o impacto fiscal", afirmou. 

Nelson Barbosa participou hoje de um seminário na FGV. O tema da apresentação de Barbosa era ‘Porque a taxa de câmbio é muitas vezes apreciada no Brasil?’. O secretário começou a apresentação comentando, bem-humorado, a sugestão do tema. “Vocês fizeram uma provocação ao propor esse tema para um membro de um governo que usa o câmbio flutuante”, afirmou. 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioImpostosLeãoMinistério da Fazenda

Mais de Economia

Congresso derruba veto de Lula à isenção de fundos de investimento na reforma tributária

Congresso derruba vetos de Lula e obriga contratação de usinas, com impacto nas contas de luz

'Ibama vai agilizar licenciamentos', diz Silveira após leilão de blocos na Margem Equatorial

Câmara acelera projeto que altera valores da tabela do Imposto de Renda