Economia

Taxa básica de juros cai para 7,50%, como previsto

Corte marca um ano de reduções na Selic e uma nova baixa histórica


	Reunião do Copom: especula-se que esse pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual
 (Agência Brasil)

Reunião do Copom: especula-se que esse pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 20h45.

São Paulo - A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dessa semana reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, para 7,50% ao ano, sem viés. O corte é o mesmo dos últimos encontros.

De acordo com o comunicado do BC, "considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia".

A decisão foi unânime. Votaram pela redução da taxa Selic para 7,50% os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini, Presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

A nova queda coroa um ano de cortes de juros, praticamente. O Comitê de Política Monetária começou a reduzir a Selic em 31 de agosto de 2011. Na época, o corte de 0,50 ponto percentual na taxa de 12% ao ano surpreendeu o mercado (veja infográfico na segunda página mostrando a evolução dos juros no governo Dilma). Em maio desse ano, a Selic atingiu sua então mínima histórica no Brasil (8,5%).

Com a taxa de 7,50%, os depósitos em caderneta de poupança feitos após o dia 4 de maio continuam tendo rendimento diferenciado dos antigos.

Expectativas

A redução para 7,50% está alinhada com a expectativa do mercado. O último boletim Focus, elaborado pelo BC com base em consultas feitas a instituições financeiras, indicava uma queda de 0,5 ponto percentual na taxa.

As previsões para a Selic no final do ano não são tão unânimes. O Focus dessa semana previa que a Selic terminaria o ano em 7,25% ao ano. Um estudo recente do Itaú Unibanco indica Selic de 7% no final deste ano.

Também especula-se que esse pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual. “As discussões se concentram na possibilidade de a autoridade monetária estender um pouco mais o ciclo. Nesse sentido, o comunicado emitido após o encontro poderá ajudar a traçar os próximos passos do Banco Central”, afirmou o Bradesco em relatório divulgado no início dessa semana, quando o banco dava como “praticamente certo”, na expectativa do mercado, que o Copom reduziria a Selic em 0,50 ponto percentual. 


O Goldman Sachs também defende que é importante observar possíveis indícios de fim do ciclo de afrouxamento. “A questão chave para monitorar é se a ata vai indicar que o Banco Central está se preparando para encerrar o ciclo de afrouxamento”, afirma relatório do banco. A ata do Copom será divulgada na quinta-feira da semana seguinte. O Copom terá mais duas reuniões em 2012, uma em outubro e outra em novembro.

Dada a atual situação da inflação, para o Goldman, uma continuação nos cortes da Selic após agosto demandaria uma deterioração adicional do cenário macrofinanceiro mundial e outro baixo desempenho da atividade real durante o terceiro trimestre de 2012.  

Para 2013, a expectativa do mercado, segundo o Focus, é que a Selic volte a subir. Para a Tendências Consultoria Integrada, a taxa de juros deve voltar a subir a partir de março de 2013 e chegar a 9,5% em agosto de 2013. “A aceleração recente da inflação também reforçou nosso cenário de elevação da taxa de juros a partir de março de 2013”, informa o relatório da consultoria. 

(Juliana Pimenta)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados