Economia

Tarso Genro defende Copa como oportunidade econômica

Governador do Rio Grande do Sul também identificou as manifestações contra o torneio como uma expressão das reivindicações sociais do país


	Tarso Genro: atual governador do Rio Grande do Sul defendeu a Copa do Mundo de 2014 como uma "oportunidade econômica positiva" para todas as sedes
 (Arquivo/ABr)

Tarso Genro: atual governador do Rio Grande do Sul defendeu a Copa do Mundo de 2014 como uma "oportunidade econômica positiva" para todas as sedes (Arquivo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 16h48.

Madri - O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), defendeu nesta sexta-feira, em Madri, a realização da Copa do Mundo como uma oportunidade econômica para o Brasil e identificou as manifestações contra o torneio como uma expressão das reivindicações sociais do país.

Em entrevista à Agência Efe, o governador afirmou que no Brasil existem novas camadas sociais que melhoraram o nível de vida graças ao pleno emprego e que demandam melhoras em áreas como transporte público e saúde, sobretudo nas regiões metropolitanas.

"Há novos desafios com novas exigências sociais de novos protagonistas", disse.

Segundo Genro, o Estado deve cobrir estas necessidades, que "dão um conteúdo mais verdadeiro à democracia social no Brasil" e se não forem resolvidas, "podem dificultar o crescimento", concluiu.

A respeito dos protestos contra a realização da Copa do Mundo, ele defendeu o evento como uma "oportunidade econômica positiva" para todas as sedes e lembrou Porto Alegre, alegando que o torneio vai representar para a capital gaúcha "uma mobilização econômica como a do Fórum Social Mundial", realizado cinco vezes na cidade (2001, 2002, 2003, 2005 e 2012).

Tarso Genro, que governa o Rio Grande do Sul desde 2011, teve destaque nos governos de Luis Inácio Lula da Silva, nos quais foi ministro da Educação, de Relações Institucionais e da Justiça, cargo que deixou para se apresentar como candidato a governador.

Seu triunfo eleitoral em 2010 representou o retorno ao poder do PT no estado após 16 anos na oposição.


Ao ser perguntado sobre as dificuldades enfrentadas por Dilma Rousseff na presidência, Tarso Genro afirmou que ela assumiu o governo "com uma situação mundial adversa".

"Qualquer um que fosse o presidente encontraria as mesmas dificuldades", disse, reconhecendo que o governo "vai bem" e que Dilma pode vencer as eleições de outubro já no primeiro turno, o que levaria a "uma continuidade do projeto" disse.

Prefeito de Porto Alegre quando a cidade sediou em 2001 o primeiro Fórum Social Mundial, ele declarou que o evento "é positivo como alerta, aviso global contra uma globalização prejudicial para os países que não controlam o capital".

No entanto, ele reconheceu que a "globalização traz também aspectos beneficentes" que permitem às autoridades regionais e locais se integrarem, aproveitando as vantagens deste novo mundo global para que contribua para seu desenvolvimento nacional, "como fez o Brasil", disse.

"A globalização é um processo inevitável, mas não com o controle absoluto do capital global", afirmou.

Perguntado sobre a emergência dos movimentos sociais frente aos tradicionais partidos políticos, o governador disse considerar que a concepção tradicional dos partidos, voltados a determinadas camadas sociais, "está superada" porque a estrutura do modelo está mudando.

"Ou os partidos compreendem isso e se voltam rumo a uma afirmação de direitos universais, que interessam a vários temas, como os ambientais, de gênero ou o direito a mais tempo livre, ou se tornarão irrelevantes ou desaparecerão.

Tarso Genro participou hoje em Madri de um seminário internacional sobre Cooperação Ibero-Americana e Desenvolvimento, junto com outras personalidades como o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, e o embaixador do Brasil na Espanha, Paulo César de Oliveira Campos.

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