Economia

Tarifa chinesa para açúcar reduzirá exportação do Brasil

O diretor-executivo da Unica disse que o governo brasileiro discutirá a medida em negociações com o governo chinês

Açúcar: o Brasil é o maior exportador de açúcar à China (foto/Thinkstock)

Açúcar: o Brasil é o maior exportador de açúcar à China (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 20h46.

São Paulo - As exportações brasileiras de açúcar para a China poderão cair em cerca de 800 mil toneladas nos próximos 12 meses, como resultado de tarifas de importação mais altas impostas pelo governo chinês, afirmou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta segunda-feira.

O diretor-executivo da Unica, Eduardo Leão, disse que a decisão da China de aplicar medidas para supostamente proteger sua indústria não era justificada. Ele disse que o governo brasileiro discutirá a medida em negociações com o governo chinês nas próximas semanas.

A China atualmente permite importações de 1,94 milhão de toneladas sob uma tarifa de 15 por cento como parte de seu compromisso com a Organização Mundial do Comércio (OMC). As importações que excedem esse volume recebem uma taxa de 50 por cento.

A decisão desta segunda-feira irá adicionar uma tarifa de 45 por cento a essas importações no atual ano fiscal.

O Brasil é o maior exportador de açúcar à China, respondendo por quase 50 por cento de um mercado estimado pela Unica em cerca de 6 milhões de toneladas por ano.

"Fizemos uma análise preliminar do impacto das tarifas e estimamos uma queda de 28 por cento nas importações totais da China", disse Leão em uma teleconferência com repórteres.

A Unica está acompanhando de perto as discussões do governo brasileiro com a China.

Leão disse que as salvaguardas não poderiam ser justificadas por uma suposta alta nas importações, alegando que as compraschinesas, aliás, caíram no ano passado para níveis de 2011.

Ele disse que o Brasil poderia pedir à OMC a abertura de um painel para avaliar a questão, caso as negociações com a China não sejam satisfatórias.

É muito cedo para saber como as usinas brasileiras irão adaptar suas estratégias comerciais frente a essas tarifas mais altas, disse o executivo da Unica.

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