MG: "Queremos equilibrar a balança comercial entre a Tailândia e Minas Gerais", diz embaixador (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 15h28.
Belo Horizonte - A Tailândia quer aumentar a corrente comercial com o Brasil dos atuais US$ 4 bilhões para US$ 12 bilhões nos próximos cinco a dez anos.
Minas Gerais deve contribuir com a exportação de produtos alimentícios enlatados, como atum, móveis e cooperações nos segmentos têxtil e de etanol, avalia o embaixador da Tailândia no Brasil, Pitchayaphant Charnbhumidol, que esteve neta segunda-feira, 11, pela primeira vez em Belo Horizonte, na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
"Queremos equilibrar a balança comercial entre a Tailândia e Minas Gerais. Hoje, vendemos US$ 30 milhões de produtos ao Estado (peças do setor automotivo, componentes eletrônicos, computadores) e Minas nos vende US$ 1 milhão (soja, pedras preciosas, itens de ferro e aço, couro)", disse.
No caso dos alimentos, o foco em enlatados é consequência da distância entre os dois países.
"Comprarmos produtos in natura fica difícil pela distância. Mas estamos avaliando a instalação de fábricas de carne bovina, suína e frango para processamento local", declarou.
No segmento de etanol, o embaixador quer um acordo de cooperação para fins de consumo, como limpeza, e, em têxteis, troca de tecnologias e aumento de compras de itens nacionais.
Além disso, o embaixador informou que a Tailândia prevê receber 40 mil brasileiros neste ano e aumentar esse número para 60 mil em 2015.
Ele está há cinco meses no país e já visitou São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Manaus (AM), Santa Maria (RS) e Vitória (ES).
Têxteis
O presidente do Conselho de Administração da Cedro Têxtil, ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e vice-presidente da Fiemg, Aguinaldo Diniz Filho, disse que o setor tem capacidade para atender à demanda externa.
"Por ano, produzimos 9 bilhões de peças e avançamos muito em design e tecnologia" declarou.
Diniz Filho ponderou, no entanto, que câmbio e custo Brasil são os principais desafios para o setor têxtil na questão de incrementar as exportações e resgatar a competitividade do segmento no mercado mundial.
"Temos esses dois principais desafios para superar", declarou. O câmbio, conforme ele, está tirando a competitividade do Brasil e impulsionando as importações de produtos.
O executivo também mencionou sobre a falta de acordos bilaterais que impulsione as vendas externas.
Sobre a Tailândia, Diniz Filho disse que é um país estratégico.
"Temos que manter a prospecção, e que se transforme em negócios. Da Tailândia conseguiremos acessar vários países asiáticos", declarou.