Economia

Tabelamento de frete pode ser prejudicial aos caminhoneiros, diz Guardia

Ministro da Fazenda acredita que medida verticalizará atividade nas empresas, reduzindo demanda por frete e que tabela pode prejudicar supostos beneficiados

Eduardo Guardia: ministro disse que a recuperação passa por todos os setores e conta com uma retomada "forte" dos investimentos (Adriano Machado/Reuters)

Eduardo Guardia: ministro disse que a recuperação passa por todos os setores e conta com uma retomada "forte" dos investimentos (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2018 às 15h48.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira, 18, que o tabelamento do frete poderá ser prejudicial aos caminhoneiros. Para ele, a medida vai verticalizar a atividade nas empresas, reduzindo a demanda por frete.

"O tabelamento pode acabar prejudicando aqueles que seriam beneficiados. Nós não temos como revogar a lei da oferta e da demanda por decreto", disse, durante almoço com empresários do grupo Lide. "Mas eu acho que existe entre os caminhoneiros uma percepção maior de que a tabela do frete pode ser negativa para a própria atividade dos caminhoneiros", comentou.

Em relação à economia brasileira, Guardia disse que a recuperação passa por todos os setores e conta com uma retomada "forte" dos investimentos.

Afirmou que é necessário dar continuidade ao processo de reformas, com mais ênfase na da Previdência. Além disso, declarou que considera difícil, no atual ambiente, pensar em uma reforma tributária "profunda". "Não vamos nos iludir. Sem reforma da Previdência, não adianta pensar em reforma tributária."

Segundo ele, sem reforma da Previdência, os gastos continuarão a crescer. O ministro ressaltou que não pretende reduzir nem aumentar impostos no momento.

De acordo com Guardia, o governo pretende calibrar as alíquotas nominais dos impostos. "Se quisermos implantar um IVA Imposto de Valor Agregado precisamos corrigir PIS e Cofins", disse o ministro. "Nosso projeto até o fim do ano é simplificar o sistema do PIS/Cofins."

O ministro ainda afirmou que é cético em relação a uma unificação do ICMS no momento. "Caminhar para tributação do ICMS no destino é impossível", disse.

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