Economia

Suspensão da compra de couro é apenas temporária, diz Tereza Cristina

A ministra da Agricultura também disse que setor brasileiro de couro é sustentável

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, diz que suspensão de compra de produtos é temporária (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, diz que suspensão de compra de produtos é temporária (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 18h22.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 18h29.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o setor brasileiro de couro é sustentável e que a suspensão da compra do produto por importadores é temporária e deve ser resolvida da melhor forma possível.

Em entrevista na Expointer, feira agropecuária gaúcha que ocorrem em Esteio (RS), a ministra afirmou: "Essa suspensão não foi definitiva. Temos que ter muito cuidado. Acho que o setor de couros do Brasil é sustentável, é um setor que tem muito a informar a essas indústrias", disse, conforme áudio compartilhado pela pasta, referindo-se aos compradores que suspenderam aquisições. "Neste momento, é melhor termos cautela e saber o que eles querem de informação para podermos passar para eles e resolver esse problema da melhor forma possível."

A ministra disse que a suspensão causa prejuízo à imagem do Brasil, mas que há "exagero" na forma como o País é mostrado para o exterior. "Se nós ficarmos aumentando o tom dessa conversa, teremos ainda mais prejuízo. Ou é interessante ficarmos alimentando coisas que não são verdadeiras?", indagou. "Temos que mostrar nossa realidade. O que nós temos de mazelas já estamos resolvendo. O governo federal mandou tropas das Forças Armadas para coibir o ilegal e o ilícito na Amazônia."

A resposta da ministra vem após importadores de couro suspenderem as compras do produto brasileiro e pedirem esclarecimentos sobre a procedência da matéria-prima ao setor no Brasil em decorrência do avanço das queimadas na Amazônia.

A VF Corporation, empresa responsável por marcas como Timberland, The North Face, Kipling e Vans, disse em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo na noite de ontem (28) que decidiu não seguir se "abastecendo diretamente com couro e curtume do Brasil para os negócios internacionais até que haja a segurança que os materiais usados em nossos produtos não contribuam para o dano ambiental no País".

A suspensão havia sido divulgada ontem (28) pela manhã em carta do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. No entanto, ontem mesmo o presidente da entidade, José Fernando Bello, disse que havia se tratado de um "erro de pré-avaliação" da entidade e que a exportação não estava, por enquanto, suspensa. Mais tarde, porém, as indústrias relataram que haviam deixado de comprar a matéria-prima brasileira.

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