O faturamento real dos supermercadistas cresceu 9,65 % em março na comparação com o mesmo mês em 2012, enquanto em relação a fevereiro houve alta de 19,26 % (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - Os supermercados brasileiros devem refletir em abril os efeitos de um resultado excepcional no mês anterior, com expectativa de queda nas vendas, mas que não deve comprometer a projeção traçada para o ano.
A associação que representa o setor no país, Abras, apresentou nesta segunda-feira um cenário em que as vendas deste mês devem recuar tanto na relação anual quanto trimestral, após o desempenho em março ter sido considerado extraordinário.
O faturamento real dos supermercadistas cresceu 9,65 % em março na comparação com o mesmo mês em 2012, enquanto em relação a fevereiro houve alta de 19,26 %.
O resultado do mês passado foi favorecido em ambas bases comparativas. Tradicionalmente, as vendas costumam ser menores em fevereiro, marcado pelo Carnaval e pelo fim do período de férias. Ano a ano, o desempenho foi beneficiado pela comemoração da Páscoa --segunda principal data para o setor-- em março. Em 2012, o feriado foi celebrado em abril.
Mas esse efeito calendário deve pesar sobre as vendas deste mês, comparadas a março e a abril de 2012, quando a Páscoa favoreceu.
A queda projetada para abril, no entanto, não deve interferir no desempenho do acumulado do ano. No primeiro trimestre, as vendas foram 3,53 % maiores sobre um ano antes, em linha com a estimativa da Abras de aumento de 3,5 % nas vendas em 2013.
"Teremos um patamar consistente ao longo do ano e essa projeção é factível", disse o vice-presidente da Abras, Márcio Milan. "A queda em abril não deve ser muito acentuada e, mantidas as atuais condições (macroeconômicas), as vendas vão se nivelar no patamar de 3,5 %."
A entidade apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos de largo consumo e calculada pela GfK, que em março caiu 0,45 % sobre o mês anterior, para 355,16 reais. Na relação anual, o valor da cesta aumentou 12,66 %.
O preço dos alimentos tem pesado sobre as vendas do setor, resultando em queda na medição por volume.
Em termos de volume, as vendas dos supermercados caíram 1,6 % no acumulado de janeiro e fevereiro, o recuo é inferior ao registrado um ano antes, quando o volume de vendas havia caído 2,1 %.
A maior queda no primeiro bimestre ocorreu na cesta de higiene e beleza, de 3,5 %, seguida por mercearia doce (-3,1 %) e por mercearia salgada e bebidas alcoólica, ambas com recuo de 3 %.
Segundo o diretor da GfK, Marco Aurélio Lima, a tendência é de que os preços de alimentos mantenham a trajetória de queda nos próximos meses, ajudando a recuperar o volume de vendas.