Economia

Superávit modesto da balança é conjuntural, diz ministério

Secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior atribuiu resultado à queda na produção e exportação de petróleo


	Plataforma de petróleo: para secretário do MDIC, processo de recuperação do combustível deve ter início este ano, mas não há como precisar velocidade com que se dará
 (Agência Petrobras)

Plataforma de petróleo: para secretário do MDIC, processo de recuperação do combustível deve ter início este ano, mas não há como precisar velocidade com que se dará (Agência Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 17h43.

Brasília – O superávit modesto da balança comercial, que encerrou o ano positivo em US$ 2,561 bilhões, é “conjuntural”, disse hoje (2) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho.

Ele tornou a atribuir o resultado à queda na produção e exportações de petróleo. De acordo com o secretário, houve também queda na demanda externa em função da conjuntura internacional de crise. “Sinalizamos que teríamos pequeno superávit, o que se concretiza. Tivemos um ano bastante difícil”, declarou.

Godinho reiterou que o governo tem expectativa de aumento da produção de petróleo no país este ano. Segundo ele, para 2014 são esperadas exportações no patamar elevado dos últimos três anos – em 2013, as vendas externas fecharam em US$ 242,1 bilhões, terceiro maior valor da história – e balança superavitária. O secretário, entretanto, não divulgou números.

Na avaliação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o desempenho da balança comercial em 2014 dependerá da conta-petróleo, do câmbio, dos preços das commodities e da conjuntura econômica internacional.

No caso do petróleo, uma alta na produção deve ser garantida pela retomada da operação de plataformas paradas, entrada em atividade de novas plataformas e exploração do pré-sal.

De acordo com Godinho, o processo de recuperação do combustível deve ter início este ano, mas não há como precisar a velocidade com que se dará.

O governo também acredita em câmbio mais favorável às exportações em 2014. O secretário de Comércio Exterior destacou que em 2013 o dólar acumulou alta de 15% e fechou em R$ 2,35. Apesar disso, não houve impacto sobre as vendas externas.


“[O impacto da alta do dólar] costuma estar concentrado primeiro nas importações de bens de consumo não duráveis. Do lado das exportações, demora mais a ocorrer. O que precisamos é câmbio estável. Assim, o empresário poderá ter previsibilidade para planejar seus negócios e aumentar suas exportações”, destacou.

Uma dificuldade que pode afetar as exportações brasileiras em 2014 é a possibilidade de queda dos preços das commodities agrícolas. A previsão do governo e do mercado é aumento da oferta mundial e pressão sobre os preços.

Outro fator de preocupação são as incertezas sobre os níveis de recuperação das economias dos Estados Unidos e da União Europeia, parceiros comerciais importantes e que em 2013 compraram menos do Brasil. Godinho ressalta, ainda, a expectativa de crescimento menor da economia chinesa, outro mercado de destaque para os brasileiros.

O saldo comercial em 2013 foi o menor superávit registrado desde 2001. O governo também divulgou nesta quinta-feira o resultado das exportações de dezembro.

No último mês de 2013, houve superávit de US$ 2,654 bilhões, resultado de US$ 20,8 bilhões em exportações e US$ 18,1 bilhões em exportações.

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