Avanço: apesar do resultado, houve um aumento de 8,1 por cento nas exportações (Hemera Technologies/Thinkstock)
Agência Brasil
Publicado em 1 de outubro de 2018 às 21h21.
São Paulo - O aumento das importações em ritmo maior que o das exportações fez o superávit da balança comercial acumular queda nos nove primeiros meses do ano. De janeiro a setembro, o país vendeu para o exterior 42,648 bilhões de dólares a mais do que comprou, recuo de 19,9 por cento em relação ao mesmo período do ano passado (53,258 bilhões de dólares).
Os números foram divulgados nesta segunda-feira, 1, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Apenas em setembro, o superávit comercial somou 4,971 bilhões de dólares, queda de 3,9 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar do recuo, esse é o segundo melhor resultado da história para o mês, perdendo apenas para setembro de 2017 (5,171 bilhões de dólares).
No acumulado do ano, as exportações somaram 177,991 bilhões de dólares, aumento de 8,1 por cento sobre os mesmos meses de 2017 pelo critério da média diária. Beneficiadas pela recuperação da economia, as importações totalizaram 135,343 bilhões de dólares, alta de 21,6 por cento também pelo critério da média diária.
No resultado mensal, as exportações totalizaram 19,087 bilhões de dólares em setembro (crescimento de 7,7 por cento pela média diária). As importações somaram 14,116 bilhões de dólares (alta de 10,2 por cento na mesma comparação).
O crescimento das exportações em setembro foi puxado pelas vendas de produtos básicos (+21,1 por cento), beneficiadas pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). As vendas de semimanufaturados aumentaram 3 por cento. No entanto, as exportações de manufaturados recuaram 4,2 por cento em relação a setembro do ano passado.
Em relação às importações, o crescimento foi puxado pela compra de combustíveis e lubrificantes (24,7 por cento), influenciado pela alta na cotação internacional do petróleo. A aquisição de bens intermediários subiu 10 por cento, seguida da compra de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção), com alta de 5,9 por cento. A importação de bens de consumo cresceu 1,1 por cento.
Em 2017, a balança comercial fechou com saldo positivo de 67 bilhões de dólares, o melhor resultado da história para um ano fechado desde o início da série histórica, em 1989. Para este ano, o MDIC estima superávit em torno de 50 bilhões de dólares, o que seria o segundo melhor resultado da história.
O mercado está mais otimista. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, as instituições financeiras projetaram superávit de 54,6 bilhões de dólares para este ano. No Relatório de Inflação, divulgado na semana passada, o Banco Central previu resultado positivo de 55,3 bilhões de dólares, com exportações de 231 bilhões de dólares e importações em 175,7 bilhões de dólares.