Balança comercial: apesar do valor recorde, resultado ficou abaixo do esperado por analistas (Marcos Santos/USP imagens/Reprodução)
Reuters
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 16h07.
Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de 6,121 bilhões de dólares em outubro, melhor dado para o mês na série histórica iniciada em 1989 diante de ganho de fôlego nas exportações, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quinta-feira, 1.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava, contudo, expectativa de saldo positivo maior, de 6,849 bilhões de dólares para o período.
No mês, exportações e importações subiram em igual medida, com alta de 12,4 por cento pela média diária, contrariando tendência vista até então de exportações mais fracas.
As vendas de produtos chegaram a 22,226 bilhões de dólares no período, enquanto as compras somaram 16,105 bilhões de dólares.
No acumulado de janeiro a outubro, o saldo positivo das trocas comerciais chegou a 47,721 bilhões de dólares, recuo de 18,4 por cento sobre igual etapa do ano passado.
A diminuição vem na esteira de importações mais fortes, respondendo a uma melhoria da atividade econômica. Nos 10 meses de 2019, elas subiram 20,6 por cento, ao passo que as exportações tiveram alta de 8 por cento.
A previsão do MDIC, até agora, era de que o superávit chegaria ao patamar de 50 bilhões de dólares em 2018, ante 67 bilhões de dólares em 2017. Mas economistas ouvidos pela Banco Central na pesquisa Focus veem um superávit de 56 bilhões de reais este ano.
Em outubro, as exportações subiram em todas as categorias, com destaque para os produtos básicos, com avanço de 26 por cento ante igual mês do ano passado.
Os destaques no grupo ficaram para a exportação de petróleo em bruto (+126,8 por cento, a 2,9 bilhões de dólares) e de soja em grão (+114,2 por cento, a 2,1 bilhões de dólares). As vendas de manufaturados, por sua vez, subiram 5,5 por cento e as de semimanufaturados, 3,0 por cento.
As importações também cresceram de maneira generalizada, puxadas pelas compras de combustíveis e lubrificantes, com expansão de 24,2 por cento. Em seguida, aparecem os bens intermediários (+11,2 por cento), bens de capital (+11,1 por cento) e bens de consumo (+7,8 por cento).