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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.
Políticos e empresários de todo o mundo correm o risco de ter de buscar um novo local para esconder suas fortunas. Em uma decisão considerada como uma verdadeira revolução, o governo suíço anunciou ontem que não quer mais receber dinheiro estrangeiro em seus bancos que não tenham sido declarados ao fisco de seus países de origem.
Os bancos suíços seriam responsáveis por guardar um terço das fortunas do planeta, cerca de US$ 3 trilhões. Mas, desde que a pressão internacional sobre Berna foi intensificada há dois anos e que o G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) anunciou que iria combater os paraísos fiscais, bilhões de dólares já deixaram o país rumo a outras praças mais "seguras".
Desde a eclosão da crise financeira, o país vem sendo tomado por uma onda de escândalos e tentativas de governos estrangeiros de obter recursos de seus cidadãos que nos últimos anos encontraram refúgio na Suíça. O governo americano chegou a colocar um banqueiro do UBS na prisão, enquanto alemães e franceses obtiveram listas de clientes de bancos como o HSBC em Genebra. O governo brasileiro já conseguiu o bloqueio de US$ 30 milhões em dezembro na Suíça. Além disso, a família do deputado Paulo Maluf ainda tem seus recursos bloqueados no país, segundo a Justiça de Genebra.
Em março de 2009, a Suíça já havia atenuado a regra do segredo bancário. Agora, o governo quer regularizar a situação e deixar de ser visto pela comunidade internacional como um pária nas finanças.