Homem sai de uma agência do Banco do Brasil em Brasília (Adriano Machado/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 20h25.
Brasília - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu nesta quarta-feira por prazo indeterminando o julgamento envolvendo recurso do Banco do Brasil sobre abrangência de ressarcimento de perdas sofridas por poupadores do Distrito Federal durante o Plano Verão, na década de 1980.
A sessão foi suspensa após pedido de vista apresentado pelo ministro João Otávio Noronha.
Antes do adiamento da sessão, o relator do recurso, ministro Luis Felipe Salomão, preferiu voto favorável a que se dê abrangência nacional aos correntistas do Banco do Brasil no direito ao ressarcimento por perdas sofridas com o Plano Verão.
"Por força da coisa julgada, é aplicável indistintamente a todos os detentores de caderneta do Banco do Brasil, independentemente de domicílio no DF", disse o relator. O ministro fez referência a sentença sobre o caso em ação transitada em julgado em Brasília em 2009. Esta decisão deu ganho de causa aos poupadores do BB no DF. Votaram com o relator pela abrangência nacional os ministros Sidnei Beneti e Fátima Nancy Andrighi.
Com esse quadro, restam ainda seis ministros a apresentarem voto, num julgamento que tratará especificamente do Banco do Brasil e do Plano Verão, sem abarcar outras instituições financeiras e outros planos econômicos.
O adiamento da sessão ocorrido nesta quarta-feira, às vésperas do recesso do Poder Legislativo, mantém as incertezas que cercam o julgamento de ações sobre o direito de poupadores a ressarcimento por perdas decorrentes dos planos econômicos das décadas de 1980 e de 1990.
Ao comentar o adiamento do julgamento, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes, que esteve presente na sessão do STJ, disse que o Brasil "precisa se livrar do passado incerto e da abstinência da indexação".
Em 28 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, também por prazo indefinido, julgamento sobre as perdas da poupança, numa vitória parcial do governo federal e dos maiores bancos do país.
As ações relativas a pedido de ressarcimento por prejuízo decorrentes de planos monetários são de relevância nacional e alto impacto para o sistema financeiro.
Segundo um estudo da área econômica do governo, os valores das indenizações aos poupadores poderiam chegar a 150 bilhões de reais. Já um levantamento contratado pela associação que representa os bancos, Febraban, para a consultoria LCA concluiu que a conta poderia chegar a até 341 bilhões de reais, mais que o patrimônio líquido somado dos cinco maiores bancos do país.