Economia

Stephanes prevê expansão do PIB agrícola este ano

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que recebeu com tranquilidade os números do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, pois as taxas negativas já eram esperadas. Para 2010, ele apresentou uma previsão otimista. "O PIB da agricultura ficará acima do PIB nacional, com certeza", afirmou. Ele citou estimativas apresentadas recentemente pelo IBGE e […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que recebeu com tranquilidade os números do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, pois as taxas negativas já eram esperadas. Para 2010, ele apresentou uma previsão otimista. "O PIB da agricultura ficará acima do PIB nacional, com certeza", afirmou. Ele citou estimativas apresentadas recentemente pelo IBGE e pela Conab, de expansão do setor em 2010 de 9% e 6,5%, respectivamente.

De acordo com anúncio feito pelo IBGE hoje, o PIB agrícola registrou queda de 5,2% no ano passado, enquanto o nacional caiu apenas 0,2%. Na comparação do quarto com o terceiro trimestre do ano passado, o produto agropecuário ficou estagnado, enquanto o de todos os setores de atividade avançou 2%. No último trimestre de 2009 em relação a idêntico período do ano anterior, o PIB agrícola caiu 4,6%, enquanto o nacional cresceu 4,6%.

"O crescimento da agricultura não pode ser medido por ano ou por trimestre, pois sua atividade é mais concentrada em alguns períodos do ano", argumentou Stephanes. O ministro citou como exemplo a soja, cuja venda é realizada no segundo trimestre do ano. "São atividades sazonais.

Além disso, Stephanes salientou que a variação de preços é maior nesse setor econômico do que na indústria ou no comércio. "Isso acaba criando distorções", avaliou. Indagado sobre se a agricultura era o "patinho feio" da economia brasileira, o ministro respondeu que, na sua avaliação, o setor era o "cisne". Ele acrescentou que, no horizonte dos últimos 20 anos, a agropecuária vem apresentando crescimento médio 50% superior ao das demais atividades.

Stephanes lembrou que há anos em que o setor de agricultura recua 2%, mas que também é responsável por crescimentos robustos como o de 9% verificado há dois anos. "A agricultura tem esse comportamento." Mais do que a crise financeira internacional, o principal responsável pela queda da produção no ano passado foi o clima, segundo o ministro. Stephanes recordou períodos de seca responsáveis por perdas de toneladas de grãos. "Agora, em 2010, estaremos mais do que compensando essas perdas", previu.

Já a crise, de acordo com o ministro, não afetou qualquer tomada de decisão a respeito da área plantada - "apesar da queda dos preços, da menor liquidez de crédito e da redução das compras futuras", enumerou.

Safra

O escoamento da safra 2009/2010 é o principal foco de Stephanes, nos últimos dias no cargo. "Esta é a grande preocupação do ministro da Agricultura neste momento", afirmou. Segundo ele, técnicos da Agricultura tiveram reunião hoje com representantes do Ministério da Fazenda para tentar finalizar impasses a respeito da publicação da portaria interministerial que dita as regras para o apoio à comercialização da safra. "Esperamos que segunda-feira se feche um entendimento sobre o assunto", disse Stephanes. "Chegamos ao limite das negociações sobre aquela famosa portaria", acrescentou.

Desde o ano passado, a Agricultura precisa de um aval da área econômica do governo para aplicar seus instrumentos de apoio à comercialização. As reuniões entre técnicos das duas áreas ocorrem desde o início do ano sem que tenha se chegado a um consenso até o momento. Fontes da Fazenda afirmaram à Agência Estado, no final do mês passado, que não concederiam uma "carta branca" à Agricultura. Já a Agricultura critica a burocracia que precisa enfrentar para realizar leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), entre outros.

Além disso, Stephanes disse que busca otimizar a ocupação dos armazéns brasileiros e voltou a comentar que o nível de estocagem privada no Brasil, em torno de 15%, está bem abaixo da média mundial que, segundo ele, supera 50%. "Buscamos uma linha de crédito específica para isso, mas essa é uma questão mais de longo prazo", afirmou o ministro.
 

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