Economia

Stephanes diz que ameaça de alta do pão é 'terrorismo'

Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, classificou hoje como "terrorismo" a ameaça da indústria panificadora de aumentar o preço do pão francês por conta da elevação, para 30%, do Imposto sobre Importação (II) do trigo vindo dos Estados Unidos. O aumento da alíquota para o grão norte-americano foi definido ontem pela Câmara de […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, classificou hoje como "terrorismo" a ameaça da indústria panificadora de aumentar o preço do pão francês por conta da elevação, para 30%, do Imposto sobre Importação (II) do trigo vindo dos Estados Unidos. O aumento da alíquota para o grão norte-americano foi definido ontem pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). O Brasil está autorizado a cobrar sobretaxa de produtos americanos, devido aos subsídios dos EUA ao algodão.

A lista da Camex contou com a assessoria técnica do Ministério da Agricultura para a escolha dos itens agrícolas. No total, 101 produtos norte-americanos devem sofrer retaliação com a sobretaxa. "Já tem gente querendo ganhar dinheiro a custo de uma determinada situação", resumiu o ministro, referindo-se à decisão da Camex.

Para Stephanes, a ameaça de aumento de preço do pão em 16% não tem lógica. "O custo do trigo no pãozinho varia de 10% a 16%. Com a restrição de 5%, que é quanto compramos dos Estados Unidos, aumentaria em 16%? É terrorismo", reafirmou.

Além disso, ele comentou que não há justificativa para reajuste, porque o preço atual do pão foi estabelecido em um momento em que a tonelada do trigo custava R$ 750,00. Depois disso, a trajetória do preço do grão foi descendente. Atualmente, ela custa de R$ 400,00 a R$ 450,00 a tonelada. "É inaceitável (um reajuste)", afirmou.

O ministro aproveitou o momento para voltar a criticar o fato de os moinhos brasileiros manterem sob segredo seus estoques de trigo. Ele comentou que o mercado é imperfeito, já que existem 180 mil produtores no Brasil e cinco grandes cadeias de moinhos que adquirem trigo.

"Os moageiros não mostram à sociedade nem ao governo os estoques que têm. Pedi isso pessoalmente, e não me deram", comentou. "Eles imaginam que aqui ninguém sabe fazer cálculo. Aqui sabemos fazer cálculo", criticou. Stephanes ressaltou que, enquanto os moinhos sabem números relacionados à produtividade e à produção, os triticultores não possuem informações sobre os estoques.

Acompanhe tudo sobre:TrigoAlimentosConsumidoresInflação

Mais de Economia

Reforma tributária: apenas 9,5% das empresas se dizem prontas para mudanças, segundo estudo

Qual o valor do salário mínimo em 2025? Veja histórico dos últimos 10 anos

Como as novas tarifas de Trump podem mexer no mercado de caminhões

Câmara pode votar MP que tributa LCI, LCA e LCD nesta terça em meio a impasse com agro