Economia

S&P projeta PIB de 2,4% para o Brasil em 2019

Agência de classificação de risco citou agenda de reformas do governo Bolsonaro como "ambiciosa" por buscar resolver déficit fiscal do país

S&P: Agência de classificação ameaçou abaixar nota de crédito do Brasil de acordo com medidas do governo (Brendan McDermid/Reuters)

S&P: Agência de classificação ameaçou abaixar nota de crédito do Brasil de acordo com medidas do governo (Brendan McDermid/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 21h40.

São Paulo - A agência de classificação de risco S&P Global Ratings informou que projeta uma aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do nível esperado de 1,4% em 2018 para 2,4% este ano. "Desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, o sentimento empresarial se fortaleceu. Além da melhora no sentimento, uma recuperação nos empréstimos bancários e condições do mercado de trabalho devem apoiar a aceleração da demanda doméstica, especificamente em investimento e consumo doméstico", afirmou a agência, que projeta expansão média de 2,6% nos próximos três anos.

A agenda de reformas do novo governo foi citada pela S&P, que a classificou como "ambiciosa" por tentar abarcar a vulnerabilidade fiscal do País. A agência ameaça poder rebaixar a nota de crédito soberana do País caso o governo tome medidas que elevem essas vulnerabilidades, "ou seja, prejudique as perspectivas de um lento declínio nos déficits do governo ou acelere o aumento da dívida".

A S&P também acredita que, no geral, o hiato negativo do produto, o alto nível de folga no mercado de trabalho, as perspectivas ainda moderadas para o crescimento do PIB real de curto prazo, as expectativas de inflação bem ancoradas e a credibilidade do Banco Central "devem ajudar a manter a inflação bem ancorada em 2019 e 2020". A agência projeta alta anual da inflação em torno de 4% entre 2019 e 2022, "em linha com as metas". Sobre o BC, ela destaca que a autonomia formal do banco central "poderia reduzir as incertezas relacionadas aos ciclos eleitorais e proteger o Banco Central de possíveis interferências políticas na condução da política monetária".

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