Economia

Sobeet vê potencial para expandir IED em infraestrutura

A entidade de estudos de empresas transnacionais prevê que o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no setor de construção de infraestrutura pode duplicar no país


	No Brasil, o setor de serviços ainda é o principal destino de investimentos estrangeiros diretos, mas a participação do setor de infraestrutura deve crescer
 (Getty Images)

No Brasil, o setor de serviços ainda é o principal destino de investimentos estrangeiros diretos, mas a participação do setor de infraestrutura deve crescer (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 17h17.

São Paulo - Os investimentos nos próximos anos na construção de infraestrutura e exploração de serviços nos setores de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos destacam-se nas concessões dentro do Programa de Investimentos em Logística, do governo federal, o que deve atrair estrangeiros. A avaliação é do boletim deste mês da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), divulgado nesta segunda-feira.

De acordo com a entidade, o ingresso de investimentos estrangeiros no setor de construção ainda está aquém do seu potencial no Brasil. "(Eles) perfazem apenas 1% do estoque de IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) ingressados no Brasil, na comparação com 2%, na média de países em desenvolvimento. Ou seja, dependendo dessa média, o ingresso de IED no setor de construção de infraestrutura no Brasil poderá duplicar", segundo o boletim.

A Sobeet observou a alta expressiva de ingresso de IED no Brasil nos últimos anos. Há dez anos, conforme a entidade, o Brasil ocupava a 15ª posição no ranking dos países que mais receberam fluxos de IED no mundo, com ingressos equivalentes a 1,7% do total dos fluxos globais de investimentos estrangeiros. Em 2012, informou a Sobeet, o País passou a ocupar o 4º lugar, atrás apenas de Estados Unidos, China e Hong Kong, com ingressos equivalentes a 5% dos fluxos globais de IED.

Isso significa, apontou o boletim, que a participação da economia brasileira como destino de IED nos fluxos globais de investimentos estrangeiros cresceu 3,3 pontos porcentuais de 2003 a 2012. "Trata-se do maior crescimento de participação dos fluxos globais de IED no último decênio entre todos os países do mundo."

Para a Sobeet, o salto não foi apenas quantitativo, mas qualitativo. Embora o setor de serviços continue como principal destino de IED no Brasil, "cabe notar que esse setor viu sua participação relativa decrescer para 42,1% dos ingressos totais de IED nos últimos cinco anos, frente a 51,8% nos cinco anos anteriores".

De acordo com o boletim, os principais setores de serviços - como telecomunicações, eletricidade, água e esgoto - viram sua importância relativa nos ingressos de IED diminuírem. A entidade acredita que parte da mudança é explicada pelos investimentos diretos posteriores ao processo de privatização. "Após tal período, concentrado na segunda metade da década dos anos 90, houve expansão de investimentos diretos nestas áreas nos primeiros anos da década seguinte, com posterior inflexão em meados da mesma década."

Uma segunda mudança qualitativa, completou a Sobeet, ocorreu no setor primário, cuja participação relativa nos ingressos totais de IED aumentou nos últimos cinco anos. A entidade indicou que esse crescimento se deveu ao avanço dos investimentos diretos no setor de extração de petróleo e outros minerais, cuja média de participação nos ingressos de IED passou de 8,2%, de 2003 a 2007, para 18,9%, de 2008 a 2012. "Entre outros fatores, os leilões de concessões exploratórias, finalizados no início dos anos 2000, exerceram papel relevante na atração de recursos estrangeiros ao país em período posterior."

A Sobeet avaliou que uma das possíveis conclusões para a mudança na composição dos ingressos de IED nos últimos dez anos é que foram, ao menos em parte, influenciados por oportunidade de investimento criadas por meio de políticas públicas específicas. "Estas foram capazes de criar as condições necessárias para a atração de investimentos diretos voltados para atividades consideradas como estratégicas em diferentes momentos."

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