Centro de Altamira, no Pará: consórcios de motos crescem em estados do Norte e do Nordeste (Germano Lüders/EXAME)
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de outubro de 2015 às 16h28.
São Paulo - Se estivessem nos Estados Unidos, 8,1% dos brasileiros adultos seriam de classe média e 0,6% estariam acima disso, segundo o último relatório de riqueza do Credit Suisse.
Para ser da classe média, o brasileiro precisa ganhar no mínimo US$ 28 mil por ano. Na Noruega, este valor chega a US$ 58 mil, quatro vezes maior que o da Índia, de US$ 13.700.
O valor foi definido utilizando o padrão norte-americano com dólares corrigidos por paridade de poder de compra e preços locais. Ou seja, a baixa proporção brasileira não é uma questão de dólar valorizado.
O limite superior é de 10 vezes o respectivo valor de cada país. Nos Estados Unidos, é classe média quem ganha entre US$ 50 mil e US$ 500 mil por ano.
Pelo padrão do banco, poucos países no mundo têm uma maioria da população na classe média ou acima dela. A Austrália é primeiro lugar mundial neste quesito. Veja alguns exemplos:
Classe média | Classe média e acima | |
---|---|---|
Austrália | 66,1% | 80,3% |
Espanha | 55,8% | 59,6% |
Estados Unidos | 37,7% | 50,0% |
Suécia | 39,4% | 50,9% |
Chile | 22,3% | 23.8% |
México | 17,1% | 18,1% |
China | 10,7% | 11,3% |
Brasil | 8,1% | 8,7% |
Rússia | 4,1% | 4,6% |
Argentina | 4,0% | 4,3% |
De acordo com o banco, a classe média global foi de 500 milhões de adultos em 2000 para 664 milhões em 2015, o equivalente a 14% da população. 96 milhões de pessoas, ou 2% da população, está acima disso.
É um patamar próximo da análise feita pelo Pew Research Center até 2011 e que permite inclusive calcular onde você fica na pirâmide.
A classe média é mais prevalente na América do Norte (39% do total), seguida pela Europa, com cerca de um terço.
A proporção cai para 15% na região da Ásia-Pacífico (sem China e Índia), 11% na China e na América Latina e apenas 3% na Índia e na África.
Apesar do menor número proporcional (8,1%), o Brasil é parte de um seleto grupo de países que tem mais de 10 milhões de habitantes na classe média.
A China, inclusive, já tem um número absoluto de pessoas nesta classe (109 milhões) maior do que o dos Estados Unidos (92 milhões). Quando são incluídos os de classes mais altas, a China ainda perde.
No século XXI, a classe média diminuiu de tamanho em cinco países: Argentina, Egito, Grécia, Rússia e Turquia.
O estudo do Credit Suisse também mostra que a porção de ativos financeiros aumentou como porcentagem do total e que o 1% dos indivíduos mais ricos já possui metade de toda a riqueza do planeta.
Veja um vídeo (em inglês) com algumas conclusões do estudo: