Economia

Sindicatos argentinos param por 24h contra Macri

ÀS SETE - A mobilização é contra o empréstimo de 50 bilhões de dólares, aprovado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada

ACORDO DO BARULHO: o presidente da Argentina Mauricio Macri posa para foto com a diretora do FMI Christine Lagarde: pedido de ajuda ao fundo desagrada sindicatos argentinos (Presidência/Reuters)

ACORDO DO BARULHO: o presidente da Argentina Mauricio Macri posa para foto com a diretora do FMI Christine Lagarde: pedido de ajuda ao fundo desagrada sindicatos argentinos (Presidência/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 25 de junho de 2018 às 06h36.

Última atualização em 25 de junho de 2018 às 08h40.

Sindicatos argentinos começam a semana com uma mobilização contra as políticas econômicas do presidente Mauricio Macri. Em resposta ao empréstimo de 50 bilhões de dólares, aprovado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada, e à previsão de inflação em torno de 25%, a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a principal organização sindical do país, convocou uma greve geral de 24 horas para esta segunda-feira.

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Diversos sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda aderiram à paralisação. Será um dia sem transporte público, como ônibus, trem e metrô, e sem bancos. A Associação de Pessoal Técnico da Aeronáutica e a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas anunciaram que vão participar da greve e que não haverá vôos. A Latam e a Aerolíneas cancelaram seus voos de hoje que partiriam ou chegariam ao país, segundo o jornal Valor.

Na província de Buenos Aires, que inclui a capital homônima, professores e médicos também vão parar, o que significa que não haverá aulas e que os hospitais só atenderão emergências. Serviços de coleta de lixo também serão afetados.

A CGT pede ao governo de Macri uma revisão das políticas econômicas “relacionadas com a administração do comércio exterior e que estão destruindo a indústria”. O plano da central era realizar uma greve sem mobilizações ou atos, com o objetivo de mostrar um cenário de “ruas vazias”. Mas os partidos de esquerda e centrais envolvidas com correntes sindicais combativas pretendem um dia de paralisação ativa, com piquetes e cortes de ruas em todo o país, além de uma grande manifestação no cartão-postal de Buenos Aires, o Obelisco.

A Argentina anunciou que recorreria ao FMI em maio, depois de uma desvalorização do peso. Em troca dos recursos, o governo de Macri prometeu uma reforma da legislação tributária e social para reduzir o déficit no orçamento. Uma importante parcela dos argentinos responsabilizam as medidas de austeridade impostas pelo fundo pelo agravamento da crise econômica de 2001.

Em resposta à mobilização dos trabalhadores, o ministro do Trabalho Jorge Triaca afirmou que a greve “não serve para nada, porque não resolve os problemas dos argentinos” e que o governo segue disposto a dialogar com a CGT a qualquer momento para acordar “como resolver os problemas”. Para os argentinos, descontamento se resolve nas ruas.

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