Economia

Metalúrgicos repudiam veto à correção de 6,5% do IR

"Neste início de segundo mandato, a presidente Dilma deixou claro que só os trabalhadores podem salvar a economia", diz presidente do Sindicato dos Metalúrgicos


	Dinheiro: presidente do sindicato voltou a criticar MPs 664 e 665 e reiterou que elas retiram direito dos trabalhadores
 (Bruno Domingos/Reuters)

Dinheiro: presidente do sindicato voltou a criticar MPs 664 e 665 e reiterou que elas retiram direito dos trabalhadores (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 16h36.

São Paulo - O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes repudiou nesta terça-feira, 20, o veto do governo à correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda (IR) e disse que a medida "aumenta o peso do imposto sobre os salários e reduz o poder de compra".

"Neste início de segundo mandato, a presidente Dilma deixou claro que só os trabalhadores podem salvar a economia", afirmou, em nota, o presidente do sindicato, Miguel Torres, que também preside a Força Sindical.

"É a política Robin Hood ao contrário, ou seja, a promoção do aumento da desigualdade para encher o saco sem fundo do governo, que se mostra incompetente para administrar as suas contas, para controlar seus gastos e, agora que está no vermelho, quer fazer caixa tirando justamente de quem produz, ganha salário base e depende de benefícios de valores irrisórios para sobreviver", afirmou.

Torres voltou a criticar as medidas provisórias 664 e 665, relacionadas à Previdência Social, ao seguro-desemprego e ao seguro-defeso, e reiterou que elas retiram direito dos trabalhadores.

Ontem, líderes das centrais reuniram-se por mais de duas horas, em São Paulo, com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; da Previdência Social, Carlos Gabas; do Planejamento, Nelson Barbosa; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, para pedir a revogação das medidas, o que não aconteceu.

Os representantes do governo, entretanto, se comprometeram a dialogar e a apresentar pareceres técnicos para explicar as medidas.

O presidente da Força também se disse contra as medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como a recriação da Cide e o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,5% para 3%, que incide sobre os empréstimos bancários contratados pelas pessoas físicas.

"Amanhã, seremos contemplados com novo aumento na taxa dos juros básicos da economia", opinou, referindo-se à reunião do Copom que vai decidir os rumos da Selic nesta quarta-feira, 21.

"Os trabalhadores estão pagando por todas as contrapartidas que o governo federal não exigiu dos que receberam vultosos subsídios nos últimos anos e das grandes fortunas, que não pagam impostos e continuam acumulando riqueza", questionou.

Ontem, após a reunião com os sindicalistas, Rossetto afirmou que o tema de taxação de grandes fortunas não havia entrado na pauta.

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