Economia

Sinais esperançosos surgem sobre emprego nos EUA

O Relatório Nacional de Emprego da ADP informou nesta quinta-feira que o setor privado dos Estados Unidos criou 176 mil vagas no mês passado

Bandeira americana: valor ficou acima da projeção de 105 mil de economistas (Jonathan Ferrey/Getty Images)

Bandeira americana: valor ficou acima da projeção de 105 mil de economistas (Jonathan Ferrey/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 14h26.

Washington - O setor privado dos Estados Unidos aumentou as contratações em junho e o número de norte-americanos solicitando novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada teve a maior queda em dois meses, em sinais esperançosos para o mercado de trabalho.

O Relatório Nacional de Emprego da ADP informou nesta quinta-feira que o setor privado dos Estados Unidos criou 176 mil vagas no mês passado, acima da projeção de 105 mil dos economistas. Os números de maio foram revisados para cima, para criação de 136 mil empregos ante 133 mil previamente reportados.

O governo irá divulgar seu relatório mais detalhado de junho sobre emprego na sexta-feira. Embora o ADP tenha um histórico ruim de prever o relatório de emprego do governo, foi um bom sinal para o mercado de trabalho.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram em 14 mil, para 374 mil, segundo dados ajustados sazonalmente, informou o Departamento do Trabalho. A média móvel de quatro semanas, considerada um medida melhor das tendências do mercado de trabalho, recuou em 1.500, para 385.750.

"Os pedidos de auxílio-desemprego são um movimento na direção certa. A queda, combinada com o relatório da ADP, sugere que o mercado de trabalho não está tão fraco como dados recentes sugeriram", afirmou o analista-chefe de mercado do Commonwealth Foreign Exchange em Washington, Omer Esiner.

A expectativa é de que o relatório do governo de criação de empregos fora do setor agrícola mostre criação de 90 mil postos de trabalho em junho, de acordo com uma pesquisa da Reuters, depois do ganho de 69 mil vagas em maio.

A taxa de desemprego deve ficar estável em 8,2 por cento, depois de subir em maio pela primeira vez desde agosto.

O crescimento de empregos enfraqueceu nos últimos meses em meio a nuvens de incertezas, geradas pela crise da dívida na zona do euro e temores de aumentos de impostos nos Estados Unidos no ano que vem.

O fraco mercado de trabalho levou o Federal Reserve (banco central norte-americano) no mês passado a afrouxar a política monetária ainda mais, ao ampliar o programa em que o BC troca títulos que já detém por outros com vencimento mais longo para diminuir os custos de empréstimo.

"O Federal Reserve precisa ver uma melhora sustentada, como os pedidos caindo em direção a 300 mil e uma queda estável na taxa de desemprego", afirmou o economista do LPL Financial em Boston John Canally.


"Se nós tivermos mais dois relatórios ruins, (as autoridades do Fed) entrarão com mais estímulo. Os relatórios de hoje sugerem que eles podem esperar, mas ele vão querer ver mais dados antes de tomar uma decisão." Novos pedidos de auxílio-desemprego continuam numa margem estreita, e a média móvel de quatro semanas ainda está elevada, sugerindo que qualquer melhora no mercado de trabalho só pode ser gradual.

O número de pessoas que ainda está recebendo benefícios sob programas regulares do Estados após a primeira semana de ajuda subiu em 4 mil, para 3,31 milhões na semana encerrada em 23 de junho.

Um total de 5,87 milhões de pessoas estavam solicitando auxílio-desemprego durante a semana encerrada em 16 de junho, sob todos os programas, uma queda de 20.439 ante a semana anterior.

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