Déficit da balança comercial do setor têxtil aumentou 108% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2009 (.)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2010 às 16h58.
São Paulo - O déficit da balança comercial do setor têxtil aumentou 108% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 1,15 bilhão (ante US$ 555,90). As importações somaram US$ 1,88 bilhão (alta de 46,38%) e as exportações registraram US$ 730,30 milhões (queda de 0,35%).
Excluindo-se as fibras de algodão, o saldo negativo nos primeiros cinco meses de 2010 foi ainda maior, atingindo US$ 1,29 bilhão, contra US$ 821,70 milhões no exercício anterior (aumento de 57,5%).
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho, diz que os números "evidenciam a crescente perda de competitividade da produção brasileira, provocada pelo impacto dos juros e impostos elevados, muito acima da média internacional, e pela valorização excessiva do real em relação ao dólar".
Segundo o empresário, essas desvantagens tornam-se evidentes na análise dos países que produzem as mercadorias têxteis e de vestuário que ingressam no Brasil. Os dez maiores fornecedores têm juros menores, crédito mais acessível e mais incentivo à exportação, incluindo câmbio favorável, na comparação com o Brasil. "E ainda pagam menos impostos, com exceção de Estados Unidos e Alemanha, que apresentam carga tributária similar à brasileira", diz Diniz Filho.
De janeiro a maio de 2010, os dez principais exportadores para o País foram a China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Taiwan, Coreia do Sul, Bangladesh, Alemanha e Tailândia.