Economia

Setor público tem déficit primário de R$ 21 bi em setembro

O resultado primário consolidado do mês passado foi ligeiramente melhor que as estimativas de analistas do mercado financeiro

Em agosto, havia sido registrado déficit de R$ 9,529 bilhões e, em setembro de 2016, um déficit de R$ 26,643 bilhões (Thinkstock/Thinkstock)

Em agosto, havia sido registrado déficit de R$ 9,529 bilhões e, em setembro de 2016, um déficit de R$ 26,643 bilhões (Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 11h35.

Brasília - Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 21,259 bilhões em setembro, informou nesta segunda-feira, 30, o Banco Central. Em agosto, havia sido registrado déficit de R$ 9,529 bilhões e, em setembro de 2016, um déficit de R$ 26,643 bilhões.

O resultado primário consolidado do mês passado foi ligeiramente melhor que as estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 27,300 bilhões a déficit de R$ 21,900 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 23,900 bilhões.

Apesar do déficit primário de R$ 21,259 bilhões em setembro, este é o melhor resultado para o mês desde 2015, quando o déficit foi de US$ 7,318 bilhões.

O resultado fiscal de setembro foi composto por um déficit de R$ 22,227 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 776 milhões no mês.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 163 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 613 milhões. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 191 milhões.

Acumulado do ano

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 82,110 bilhões no ano até setembro, informou o Banco Central. A quantia representa 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 85,501 bilhões (1,84% do PIB).

O resultado fiscal no acumulado de janeiro a setembro foi obtido com um déficit de R$ 100,875 bilhões do Governo Central (2,08% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 17,619 bilhões (0,36% do PIB).

Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 13,591 bilhões (0,28% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 4,028 bilhões (0,08% do PIB). As empresas estatais registraram um superávit de R$ 1,146 bilhões no ano até setembro (0,02% do PIB).

O déficit primário do setor público consolidado considerado pelo governo é de R$ 163,1 bilhões para 2017, parâmetro que passou a ser referência após revisão da meta. Essa projeção leva em conta um rombo de R$ R$ 159,0 bilhões para o Governo Central em 2017.

Para o próximo ano, a meta do governo também é de déficit de R$ 163,1 bilhões para o setor público consolidado e de R$ 159,0 bilhões para o Governo Central.

12 meses

Segundo o BC, as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 152,399 bilhões em 12 meses até setembro, o equivalente a 2,35% do PIB. Este porcentual é o menor desde abril (2,27%).

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em setembro pode ser atribuído ao rombo de R$ 165,872 bilhões do Governo Central (2,56% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 12,270 bilhões (0,19% do PIB) em 12 meses até setembro.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 10,835 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 1,435 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 1,204 bilhão no período.

Gasto com juros

O setor público consolidado teve gasto de R$ 32,049 bilhões com juros em setembro, após esta despesa ter atingido R$ 36,012 bilhões em agosto, informou o Banco Central.

O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 26,699 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,877 bilhões e as empresas estatais, de R$ 473 milhões.

No ano, o gasto com juros subiu de R$ 271,078 bilhões até agosto para R$ 303,127 bilhões até setembro (6,25% do PIB).

Em 12 meses, as despesas com juros caíram de R$ 423,527 bilhões para R$ 415,118 bilhões até setembro (6,40% do PIB).

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 53,309 bilhões em setembro. Em agosto, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 45,541 bilhões e, em setembro de 2016, deficitário em R$ 67,100 bilhões.

No mês passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 48,926 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 4,100 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 4,358 milhões.

Em relação ao PIB, o déficit nominal no ano até setembro foi de 7,94%, uma soma de R$ 385,236 bilhões. Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 8,75% do PIB, com saldo negativo de R$ 567,517 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívida públicaGoverno Temer

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs