Economia

Setor público tem déficit de R$ 111 bi, o pior desde 2001

O resultado fiscal de 2015 foi obtido com um déficit de R$ 117 bilhões do Governo Federal (1,97% do PIB


	Setor público: o resultado fiscal de 2015 foi obtido com um déficit de R$ 116,656 bilhões do Governo Central (1,97% do PIB)
 (Stock Exchange)

Setor público: o resultado fiscal de 2015 foi obtido com um déficit de R$ 116,656 bilhões do Governo Central (1,97% do PIB) (Stock Exchange)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 14h56.

Brasília - O rombo das contas do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) em 2015 somou R$ 111,249 bilhões, conforme informou nesta sexta-feira, 29, o Banco Central.

A quantia representa 1,88% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 2014, o país havia registrado déficit primário no valor de R$ 32,536 bilhões, ou 0,57% do PIB.

O resultado verificado no ano passado é o pior da série histórica do BC para esse indicador, que teve início em dezembro de 2001.

O resultado do ano ficou dentro das estimativas dos analistas. Levantamento do AE Projeções, feito com 13 instituições, apontava para um déficit em 2015 de R$ 101,7 bilhões a R$ 116,7 bilhões, com mediana negativa de R$ 107,8 bilhões.

O resultado fiscal de 2015 foi obtido com um déficit de R$ 116,656 bilhões do Governo Central (1,97% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 9,684 bilhões (0,16% do PIB).

Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 9,075 bilhões (0,15% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 609 milhões (0,01% do PIB). As empresas estatais registraram déficit de R$ 4,278 bilhões entre janeiro e dezembro do ano passado (0,07% do PIB).

Dezembro

Em dezembro, o setor público consolidado apresentou déficit primário de R$ 71,729 bilhões. Este também é o pior resultado para todos os meses desde 2001, quando teve início a série histórica do BC.

Em novembro, o resultado havia sido negativo em R$ 19,567 bilhões e, em dezembro de 2014, foi registrado déficit de R$ 12,894 bilhões.

O resultado primário consolidado de dezembro do ano passado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de um déficit primário de R$ 62 bilhões a R$ 77,2 bilhões, com mediana negativa de R$ 68 bilhões.

O resultado fiscal de dezembro foi composto por um déficit de R$ 60,944 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 9,811 bilhões no mês.

Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 8,118 bilhões, os municípios tiveram déficit de R$ 1,693 bilhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 974 milhões.

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou déficit nominal de R$ 123,821 bilhões em dezembro, o pior resultado para todos os meses desde 2001, quando o Banco Central começou esses registros.

Em novembro, o déficit havia sido de R$ 43,057 bilhões e, em dezembro de 2014, o resultado foi negativo em R$ 60,102 bilhões.

No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 102,103 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 20,273 bilhões. As empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 1,435 bilhão.

No acumulado de 2015, o déficit nominal foi de R$ 613,035 bilhões (10,34% do Produto Interno Bruto - PIB), pior déficit nominal da história, tanto em volume financeiro quanto em porcentual do PIB. Já no mesmo período de 2014, estava em R$ 343,916 bilhões (6,05% do PIB).

Gasto com juros

O setor público consolidado gastou R$ 501,786 bilhões com pagamento de juros em 2015, o equivalente a 8,46% do PIB.

Conforme informou o Banco Central, houve forte aumento em relação ao gasto de R$ 311,380 bilhões registrado um ano antes.

O Governo Central teve no ano passado uma despesa com juros de R$ 397,240 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto com esta conta de R$ 98,775 bilhões e as empresas estatais, de R$ 5,771 bilhões.

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