Economia

Setor manufatureiro é mais uma dor de cabeça para os EUA

Agosto foi o terceiro mês seguido de contração entre as indústrias e companhias do setor contrataram o menor número de trabalhadores desde o final de 2009


	Montadora: o setor manufatureiro tem sido um peso na recuperação da economia norte-americana
 (Scott Olson/Getty Images)

Montadora: o setor manufatureiro tem sido um peso na recuperação da economia norte-americana (Scott Olson/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 13h46.

Nova York - O setor industrial dos Estados Unidos encolheu da maneira mais contundente em mais de três anos em agosto, enquanto dados separados mostraram que exportações e contratações fabris também caíram, em mais um golpe à economia já em dificuldades do país.

Agosto foi o terceiro mês seguido de contração entre os manufaturados, e companhias do setor contrataram o menor número de trabalhadores desde o final de 2009, de acordo com o relatório do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira.

O índice nacional de atividade industrial do ISM caiu para 49,6 em agosto, ante 49,8 em julho. A leitura ficou pouco abaixo da estimativa de 50,0 feita por economistas, de acordo com a mediana das impressões obtida em uma pesquisa da Reuters. Uma leitura abaixo de 50 indica contração no setor.

O setor manufatureiro tem sido um peso na recuperação da economia norte-americana, que perde força e se esforça para criar empregos agora.

A taxa de desemprego dos EUA permanece em 8,3 por cento, uma leitura alta que está trazendo fortes preocupações para o Federal Reserve, banco central norte-americano, e que adquire um lugar central na campanha presidencial.

O relatório de empregos do governo referente a agosto será divulgado na sexta-feira.

"Está se tornando mais claro que o setor manufatureiro está perdendo impulso", disse o economista-chefe da RBC Capital Markets em Nova York, Tom Porcelli. "Esse relatório antes dos resultados de folhas de pagamento na sexta-feira só vai solidificar um ação adicional do Fed se viermos a acompanhar um outro relatório fraco de empregos", acrescentou.

Um outro indicador industrial divulgado nesta terça-feira, o Índice final de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Instituto Markit, mostrou que o setor cresceu em agosto, mas ainda em um dos ritmos mais fracos desde que parou de registrar contração, em outubro de 2009.


O índice Markit ficou em 51,5 no mês passado, acima da leitura de 51,4 ​​em julho, graças a um ligeiro aumento na produção e no total de novas encomendas.

No entanto, agosto ficou aquém da estimativa preliminar, com as exportações caindo pelo terceiro mês consecutivo e as empresas demorando para contratar novos trabalhadores.

Novos pedidos de exportações são um peso para a atividade, com lento ou negativo crescimento da Europa e em outras regiões minando a demanda externa por produtos dos EUA, completou a pesquisa do PMI.

A expansão no setor foi "apenas modesta" em agosto, disse o economista do Markit Mark Wingham. Sem um salto significativo da atividade no próximo mês, o crescimento dos manufaturados no terceiro trimestre "será provavelmente um dos menores desde que a recuperação começou", avaliou.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasEstados Unidos (EUA)IndústriaIndústrias em geralPaíses ricos

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs