Economia

Setor externo tem déficit de US$ 4 bi em julho, revela BC

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 4,327 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,326 bilhões


	BC: no acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 12,541 bilhões
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

BC: no acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 12,541 bilhões (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 16h04.

Brasília - Após o déficit de US$ 2,479 bilhões em junho, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 4,050 bilhões em julho.

A projeção do Banco Central para a conta corrente do mês passado era de um saldo negativo de US$ 4,3 bilhões, em razão da expectativa de que o ajuste nas contas externas, no segundo semestre, venha em ritmo mais lento, em meio a um real mais valorizado e aos sinais de estabilização da atividade.

O déficit de julho representa o melhor resultado para o mês desde 2009, quando ficou negativo em US$ 2,555 bilhões.

O resultado negativo de julho foi mais intenso que a mediana negativa de US$ 3,725 bilhões apontada pelo levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 24 instituições.

O intervalo das previsões era de déficit, de US$ 1,7 bilhão a US$ 4,7 bilhões. A estimativa do BC é de que o rombo externo de 2016 seja de US$ 15,0 bilhões.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 4,327 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,326 bilhões.

A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 6,278 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 3,551 bilhões.

No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 12,541 bilhões. Já nos últimos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 27,852 bilhões, o que representa 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB).

Esta relação é igual à de dezembro de 2009 e a menor desde novembro do mesmo ano, quando ficou em 1,42%.

Remessa de lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,639 bilhão em julho, segundo o Banco Central.

A saída líquida representa um volume bem maior do que os US$ 623 milhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 9,501 bilhões. O resultado enviado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 10,105 bilhões.

A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 19,0 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,662 bilhões em julho ante US$ 4,624 bilhões em igual mês do ano passado.

No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 14,438 bilhões, valor menor do que os US$ 15,169 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros externo no valor de US$ 21,0 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em julho, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar subiu cerca de 1% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 895 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 1,209 bilhão.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,362 bilhão em julho.

Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 466 milhões no mês passado. No acumulado do ano, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 4,272 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 8,205 bilhões.

Para 2016, o BC estima um déficit de US$ 6,0 bilhões para esta rubrica, praticamente a metade dos US$ 11,5 bilhões de déficit registrados em 2015.

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