Economia

Setor digital representa um terço do PIB chinês

A China, segunda maior economia do mundo, reforçou consideravelmente sua vigilância digital neste ano

China: a economia digital se expandiu vertiginosamente na China nos últimos anos (Getty Images/Getty Images)

China: a economia digital se expandiu vertiginosamente na China nos últimos anos (Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 17h42.

Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 10h56.

Apesar do controle e da censura, o setor digital representa um terço da economia chinesa, a proporção mais elevada em todo o mundo depois dos Estados Unidos, segundo um informe divulgado nesta terça-feira (5) pela Academia Chinesa de Ciberespaço.

A China, segunda maior economia do mundo, reforçou consideravelmente sua vigilância digital neste ano. Apesar disso, segundo este informe, o comércio digital se expandiu, em 2016, na China, a 22,58 trilhões de iuanes (3,38 trilhões de dólares).

Essa soma representa 30,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático, a proporção mais elevada em todo o mundo, depois dos Estados Unidos, segundo os autores dos informes.

O documento foi publicado à margem de uma conferência sobre o controle estrito da internet na China, que se encerra nesta terça-feira (9) em Wuzhen, no leste do país.

O regime de Pequim aproveitou esta quarta "conferência mundial de internet" para afirmar que o ciberespaço está aberto na China, apesar de ser submetido ao controle em nome do bem comum.

A economia digital se expandiu vertiginosamente na China nos últimos anos, graças ao boom do comércio eletrônico e à onipresença de smartphones, que os chineses usam para pedir táxis e comidas, ou pagar as contas em restaurantes, mercados e feiras.

751 milhões de internautas

O planeta tem 3,89 bilhões de internautas, dos quais 751 milhões estão na China, segundo dados da agência de notícias Xinhua.

Esse desenvolvimento, contudo, vem acompanhado de uma vigilância estrita dos conteúdos da internet local. Os gigantes americanos Facebook e Google são proibidos no país.

Isso não impediu, entretanto, os CEOs da Google, Sundar Pichai, e da Apple, Tim Cook, de participarem da conferência de Wuzhen.

A Apple foi criticada recentemente por ter retirado de sua loja chinesa aplicativos de sistemas de comunicação cifrados, como o Skype, garantindo, assim, sua conformidade com as regulações de Pequim. Ela também eliminou os VPNs, programas que permitem driblar a censura estatal.

Sobre a Google, afirma-se que ela tem a ambição de voltar à China, após ter abandonado o país há vários anos, em meio à polêmicas sobre censura e hackeamento. O grupo, contudo, manteve suas atividades publicitárias no gigante asiático.

Em todo caso, diretores evitaram cuidadosamente qualquer controvérsia durante a conferência. Nenhum dos dois grupos respondeu às perguntas da AFP sobre sua presença em Wuzhen.

Durante a conferência na China, os participantes se beneficiaram de três dias de acesso ilimitado à internet nas sessões do evento.

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