Economia

Setor de veículos importados prevê 10 mil demissões

Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, a Abeiva, prevê que os empregos caiam em 2012 para 25 mil, ante 35 mil em 2011, um recuo de 29%

Carros: De acordo com a entidade, as 10 mil demissões ocorrerão porque o setor está sendo impactado pela alta do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI (Wikimedia Commons)

Carros: De acordo com a entidade, as 10 mil demissões ocorrerão porque o setor está sendo impactado pela alta do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 13h55.

Os maus resultados de vendas do primeiro semestre, com redução de 21,6% nos emplacamentos em comparação ao mesmo período de 2011, levaram a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) a prever que o número de empregos no setor caia em 2012 para 25 mil, ante 35 mil em 2011, um recuo de 29%. De acordo com a entidade, as 10 mil demissões ocorrerão porque o setor está sendo impactado pela alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros que não atendam ao conteúdo nacional mínimo e pela valorização do dólar em uma época de crise internacional.

"Existe uma tendência muito grande de redução de negócios e, consequentemente, de empregos", afirmou o presidente da Abeiva, Flávio Padovan. A entidade prevê que as vendas nas concessionárias independentes de importados recuem 40% em comparação ao ano passado, para cerca de 120 mil unidades no ano.

De acordo com Padovan, boa parte dessas 10 mil demissões já foi realizada. Para ele, a suposta recuperação de vagas pela indústria automotiva nacional, pretendida pelo governo com a implementação do IPI, tem como contrapartida a perda ainda maior de vagas nas importadoras. "A situação é grave", disse.

A Abeiva pede ao governo federal a instituição de cotas de importação, mas, segundo o presidente da entidade, o governo não tem dado a devida importância ao setor de veículos importados. "Somos responsáveis por 3,29% das vendas no País. Não sei como podemos fazer estrago", disse.

De acordo com ele, essa insegurança tem levado as empresas que não possuem produção local a repensar seus investimentos no Brasil. Padovan citou a Jaguar/Land Rover, empresa que preside, que tinha estudos para montar uma fábrica no País mas suspendeu o plano até uma definição clara das intenções do governo para o setor. "Algumas empresas, como a minha, suspenderam os investimentos para esperar clarear o cenário do setor no Brasil com o novo regime automotivo", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosCarros importadoseconomia-brasileiraImpostosIndústriaIPILeãoVeículos

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China