Serviços (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 09h27.
Última atualização em 17 de novembro de 2017 às 10h00.
Rio de Janeiro/São Paulo - O setor de serviços do Brasil contraiu inesperadamente em setembro e fechou o terceiro trimestre com perdas, destacando a dificuldade de retomada mesmo diante da inflação baixa e da melhora do mercado de trabalho.
O volume de serviços recuou 0,3 por cento em setembro em relação a agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de avanço de 0,3 por cento.
O resultado marcou a terceira contração mensal e assim o setor terminou o terceiro trimestre com recuo de 0,6 por cento sobre o período anterior, devolvendo o ganho de 0,2 por cento registrado no segundo trimestre.
"A reação dos serviços depende de um ritmo mais forte da economia, de uma demanda maior da indústria, do comércio e dos governos (regionais), que enfrentam dificuldades fiscais", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.
Na comparação com setembro de 2016, o varejo recuou 3,2 por cento no volume, bem pior do que a expectativa de recuo de 2,4 por cento na pesquisa Reuters. A série histórica do IBGE foi iniciada em 2012.
Os dados das categorias analisadas mostram que a queda de 1,8 por cento no serviços de informação e comunicação teve importante peso para o resultado mensal, uma vez que vem sendo afetado pela redução da demanda, principalmente da indústria, segundo Saldanha.
Também recuaram os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,2 por cento) e Outros Serviços (-0,1 por cento).
Somente Serviços prestados às famílias (+5,9 por cento) e Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (+0,3 por cento) subiram no mês.
A inflação e os juros baixos no país aliados à melhora do emprego incentivam o consumo e vêm ajudando a recuperação econômica, mais ainda de maneira irregular e gradual.
Em outubro, a confiança do setor de serviços medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou melhora pela quarta vez seguida, chegando ao nível mais alto em três anos.