Serviços: na avaliação por categorias de atividade econômica, setor de Serviços se manteve estável, enquanto todos os outros tiveram diminuição de postos de trabalho (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2014 às 15h57.
São Paulo - Depois apresentar um arrefecimento nos últimos meses, inclusive com a eliminação de postos de trabalho, o setor de serviços pode estar iniciando uma trajetória de recuperação, de acordo com a economista Ana Maria Belavenuto, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
"Há a percepção de que o setor de serviços possa voltar a segurar o emprego", afirmou, lembrando que o segmento vinha dando sustentação ao mercado de trabalho no passado recente.
Segundo ela, o comércio também pode ajudar na tarefa de manter o mercado aquecido, influenciado positivamente por eventos como a Copa do Mundo. "Mas a indústria vai levar um certo tempo ainda, mesmo com o câmbio mais valorizado", explicou.
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Dieese e pela Fundação Seade e divulgada na manhã desta quarta-feira, mostrou que a taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas aumentou de 10,3% em fevereiro para 11% em março.
Segundo Ana Maria, o resultado é atribuído à queda de 0,7% do nível de ocupação. O levantamento mostra que, entre fevereiro e março, houve redução de 137 mil vagas nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Salvador.
Na avaliação por categorias de atividade econômica, o setor de Serviços se manteve estável, enquanto todos os outros tiveram diminuição de postos de trabalho: Indústria de Transformação (corte de 88 mil vagas), Construção (26 mil) e Comércio (24 mil).
Para o que resta de 2014, Ana Maria espera uma certa estabilidade no mercado de trabalho. "Penso que vai ainda este ano se manter, não acho que o mercado de trabalho ficará tão ruim, mas também não será tão maravilhoso quanto se esperava anteriormente", disse.
O economista da Fundação Seade Alexandre Loloian endossa a visão, mas alerta que alguns fatores de risco podem influenciar cenário.
"Eu não estou absolutamente pessimista como a maioria do mercado está. Mas não vamos ter um ano deslumbrante, até por causa de fatores recentes, como falta de água e de energia", afirmou.
"É uma coisa que pode afetar. Alguns acreditam que essas variáveis já vêm entrando no radar dos empresários, o que pode diminuir o ânimo para investimento."