Economia

Setor de serviços do Brasil inicia o ano com perdas inesperadas em janeiro

O volume do setor teve em janeiro recuo de 0,1% na comparação com dezembro, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Serviços: O resultado fica abaixo do ganho de 0,2% esperado em pesquisa da Reuters, depois de avanços de 1,7% em dezembro e 2,9% em novembro (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Serviços: O resultado fica abaixo do ganho de 0,2% esperado em pesquisa da Reuters, depois de avanços de 1,7% em dezembro e 2,9% em novembro (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

R

Reuters

Publicado em 16 de março de 2022 às 10h09.

Última atualização em 16 de março de 2022 às 10h12.

O setor de serviços brasileiros iniciou 2022 com queda inesperada no volume em janeiro, após dois meses de fortes altas, mas permanece acima do patamar pré-pandemia.

O volume do setor teve em janeiro recuo de 0,1% na comparação com dezembro, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fica abaixo do ganho de 0,2% esperado em pesquisa da Reuters, depois de avanços de 1,7% em dezembro e 2,9% em novembro.

Já em relação a mesmo mês do ano anterior, o volume apresentou alta de 9,5%, ante expectativa de 9,3%.

O resultado de janeiro deixou o setor 7,0% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, mas ainda 5,2% abaixo do pico da série, registrado em novembro de 2014.

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no país permitiu a retomada dos serviços com contato social, os mais afetados pela pandemia, embora a disseminação da variante Ômicron no início deste ano tenha apresentado desafios.

O setor enfrenta ainda um cenário de redução da renda dos trabalhadores, em meio à inflação elevada no país, e de acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, ainda não é possível saber se a perda vista em janeiro seria um ponto de inflexão ou apenas uma tomada de fôlego.

"Nesse processo de recuperação que o setor de serviços vem apresentando desde junho de 2020, há um predomínio absoluto de taxas positivas... ou seja, uma larga base de comparação, o que faz com que, vez ou outra, o setor mostre algum tipo de acomodação", disse ele.

Três das cinco atividades pesquisadas apresentaram retração no volume em janeiro, com destaque para a queda de 4,7% dos serviços de informação e comunicação, segundo mês consecutivo de perdas.

Nessa atividade, o segmento de tecnologia da informação caiu 8,9%, contribuindo "decisivamente" para o resultado do setor de serviços no primeiro mês do ano, de acordo com Lobo.

Também apresentaram quedas os serviços prestados às famílias (-1,4%), interrompendo nove meses seguidos de ganhos; e outros serviços (-1,1%).

"Mesmo com a queda de 1,4% em janeiro (dos serviços prestados às famílias), o saldo ainda é largamente positivo desde que se iniciou o processo de recuperação, em junho de 2020", disse Lobo. Entretanto, a atividade, a mais afetada pela pandemia, ainda está 13,2% abaixo de fevereiro de 2020.

Os resultados positivos em janeiro foram registrados por transportes (1,4%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%).

O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 1,1% em relação a dezembro, oitava taxa positiva nos últimos nove meses, acumulando ganho de 69,6%. Ainda assim, o segmento permanece 9,7% abaixo do patamar pré-pandemia.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIBGEServiços

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês