Economia

Setor de material de construção do Brasil corta previsão

Faturamento entre janeiro e abril apresentou recuo de 2% na comparação anual


	Materiais de construção: queda nas vendas do mês passado é a maior desde tombo de 10,26% de agosto de 2009
 (Getty Images)

Materiais de construção: queda nas vendas do mês passado é a maior desde tombo de 10,26% de agosto de 2009 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 09h39.

Rio de Janeiro - A Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) reduziu a estimativa de crescimento das vendas em 2014 para 3 por cento, ante previsão anterior de 4,5 por cento, depois que o faturamento entre janeiro e abril apresentou recuo de 2 por cento na comparação anual.

Em abril, houve queda de 9,1 por cento nas vendas em comparação ao mesmo período de 2013 e recuo de 4,4 por cento em relação a março, informou a Abramat nesta terça-feira.

Além do pior resultado para abril desde o início da série histórica em 2004, a queda nas vendas do mês passado é a maior desde o tombo de 10,26 por cento de agosto de 2009. Em abril do ano passado, as vendas de materiais de construção no Brasil tinham subido 13,3 por cento sobre o mesmo mês de 2012.

"Embora os índices de emprego e renda continuem forte, juros maiores e expectativas negativas sobre a economia fazem com que consumidores e empresários posterguem compras e investimentos", afirmou a associação em nota.

Apesar de acreditar em uma reversão nos mercados varejista e imobiliário e uma aceleração nas obras de infraestrutura, a Abramat afirmou que, com um terço do ano já fechado, será cada vez mais difícil atingir a expectativa inicial de crescimento de 4,5 por cento, divulgada pela entidade em janeiro. 

O presidente da Abramat, Walter Cover, disse na semana passada ao chat Trading Brazil, um serviço da Thomson Reuters, que a entidade definiria nova estimativa de crescimento - de entre 2,5 e 3,5 por cento, após os resultados de abril.

Uma nova reavaliação da estimativa de crescimento anual será realizada em julho ou agosto. Com as eleições, a partir do segundo semestre, o governo poderá executar apenas obras já iniciadas, dificultando novas contratações, disse a entidade.

Nível de emprego

O nível de emprego na indústria de materiais de construção, subiu 6,7 por cento em abril na comparação anual. Em relação março, o aumento foi de 1 por cento. Nas indústrias de materiais básicos, o nível de emprego subiu 10,6 por cento em abril sobre um ano antes e teve alta de 2 por cento na comparação com março. Já nos materiais de acabamento apresentou, houve aumento de 0,7 por cento no número de vagas ocupadas ano a ano e recuo mensal de 0,5 por cento.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilMateriais de construçãoVendas

Mais de Economia

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto

OPINIÃO: Fim da linha