Economia

Setor calçadista perde 3,9 mil empregos em meio a piora das exportações

As exportações brasileiras de calçados caíram 4,9% em maio ante o mesmo mês do período anterior, chegando a 46,7 milhão de pares

Calçados: setor tinha uma perspectiva mais otimista no início do ano (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)

Calçados: setor tinha uma perspectiva mais otimista no início do ano (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2018 às 20h01.

São Paulo - Demanda interna mais fraca e queda nas exportações levaram o setor calçadista a registrar em maio o pior saldo de empregos do ano, com 3,9 mil vagas perdidas.

O setor sofreu no período com uma temporada de encomendas fracas para as vendas externas de outono e inverno, afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.

As exportações brasileiras de calçados caíram 4,9% em maio ante o mesmo mês do período anterior, chegando a 46,7 milhão de pares.

"O dólar no momento em que estávamos negociando essas vendas ainda estava em R$ 3,20 a R$ 3,25", comenta Klein. Para ele, a sustentação do câmbio em patamares mais elevados até o final do ano poderia levar a uma retomada do crescimento das vendas externas, mas isso só afetaria as coleções do próximo verão.

A avaliação da Abicalçados é que o setor tinha uma perspectiva mais otimista no início do ano. Em janeiro, o saldo de empregos era positivo em 11 mil. "Em janeiro a gente imaginava que o ano não seria tão fabuloso, mas não pensava que seria tão ruim como está se apresentando", concluiu.

Tributação

O setor está entre os afetados pela redução no Reintegra, programa de incentivo a exportações. Como parte de um pacote lançado pelo governo para compensar as perdas geradas com o subsídio ao preço do diesel após a paralisação dos caminhoneiros, o Reintegra teve sua alíquota reduzida de 2% para 0,1%.

Klein afirma que a Abicalçados deve ir à Justiça contra a medida e já contratou advogados e consultores. A entidade reclama a continuidade da alíquota de 2% até o final do ano.

"Temos segurança de que nossa demanda vai prosperar", diz ele. Houve um determinado volume de negócios que foi feito levando em conta esses 2% no cálculo do preço de venda e a redução representa prejuízo na veia do exportador", conclui.

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